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    Manuel da Costa Pinto

    Livros de viagem de Verne ganham edições comentadas e ilustradas

    05/03/2017 02h00

    Divulgação
    São Paulo, SP - 22/02/2017. Ilustração do livro "A Volta ao Mundo em 80 Dias". Foto: Divulgação ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Ilustração do livro "A Volta ao Mundo em 80 Dias"

    Popular e inclassificável, o francês Jules Verne (1828-1905) escreveu livros de viagem com elementos fantasiosos de ficção científica. Mas suas especulações eram tão racionalistas que muitos de seus romances (e a parafernália tecnológica que imaginou) acabaram se tornando proféticos. Nessas duas edições comentadas e ilustradas, estamos em ambiente mais plausível. "A Volta ao Mundo em 80 Dias" é uma aventura protagonizada pelo megalomaníaco "gentleman" Phileas Fogg e por seu cético e irônico empregado francês, Passepartout (Quixote e Sancho Panza da era colonialista). E "Viagem ao Centro da Terra", que à época poderia ser proeza realizável, mantém seu fascínio justamente por desvendar as até hoje misteriosas entranhas do planeta.

    A Volta ao Mundo em 80 Dias. Autor: Jules Verne. Tradução: André Telles. Editora: Zahar (2017, R$ 49,90, 234 págs.). Viagem ao Centro da Terra. Autor: Jules Verne. Tradução: Jorge Bastos. Editora: Zahar (2016, R$ 49,90, 240 págs.)

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    Filme

    Escravidão carcerária
    O título desse documentário se refere à emenda da Constituição norte-americana que aboliu a escravidão e os trabalhos forçados, salvo como punição de condenados. A tese de Ava DuVernay é que essa brecha legal permitiu explorar a mão de obra carcerária tendo os negros como alvo preferencial. Polêmico e convincente, deve ser visto com o mesmo cuidado que os documentários de denúncia de Michael Moore.

    A 13 ª Emenda. Direção: Ava DuVernay. Produtora: Kandoo (2016). No Netflix

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    Disco

    Fluxos e metamorfoses
    Depois de "reescrever" em chave minimalista "As Quatro Estações", de Vivaldi, o alemão Richter compôs essas variações (originalmente para uma coreografia de Wayne McGregor) sobre textos de Virginia Woolf. Suas ondas sonoras perseguem os fluxos interiores de "Mrs Dolloway" e as metamorfoses de "Orlando", em simetria com a carta de suicídio da escritora inglesa.

    Max Richter: Three Worlds (Music From Woolf Works). Artista: Max Richter. Gravadora: Deutsche Grammophon (2017, R$ 32,60)

    manuel da costa pinto

    É jornalista e mestre em teoria literária e literatura comparada pela USP. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.

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