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    Manuel da Costa Pinto

    Filme traz discussão moral ao contrastar razão com crença religiosa

    14/05/2017 02h00

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    Cena do filme "Le Confessioni", com o ator Toni Servillo
    Cena do filme "Le Confessioni", com o ator Toni Servillo

    O capital no confessionário
    Num hotel de luxo, diante de paradisíaco lago da Alemanha, uma reunião de ministros de economia do G8 e alguns seletos convidados (entre eles um monge vivido por Toni Servillo, de "A Grande Beleza") é interrompida pelo suposto suicídio do diretor do FMI (Daniel Auteuil). Como, antes de morrer, ele se confessara ao monge, a atmosfera de "thriller" vai cedendo lugar a uma discussão moral que contrasta a crença na redenção e a ética do segredo religioso com as razões não menos insondáveis e imateriais do capital financeiro -tendo como pano de fundo uma decisão catastrófica para países em bancarrota.

    Le Confessioni. Diretor: Roberto Andò. Elenco: Toni Servillo, Daniel Auteuil e outros. Produção: Bibi Film/Rai Cinema (2016). No Netflix

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    Vibrações do Rio

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    CD "Paisagens Cariocas", do Duo Santoro

    Os gêmeos Paulo e Ricardo Santoro dão prosseguimento ao trabalho de gravar peças escritas para dois violoncelos ou com arranjos para tal formação. Aqui, o recorte é explicitamente carioca, como na obra de Oswaldo Carvalho que dá título ao álbum: escrita para o duo (como outras cinco peças do disco), mistura elementos vanguardistas e populares, traduzindo as vibrações do Rio. Há ainda composições de Villa-Lobos e Ronaldo Miranda.

    Paisagens Cariocas. Artista: Duo Santoro. Gravadora: A Casa Discos (2017, R$ 30)

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    Nau dos expatriados

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    Capa do livro "Em Alto-Mar", de Edmondo De Amicis
    Em Alto Mar
    Edmondo de Amicis
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    Em sua primeira edição brasileira, o romance do Edmondo De Amicis (1846-1908) narra a travessia do oceano Atlântico que o próprio escritor fez em 1884, a bordo de um navio (aqui rebatizado como Galileo) que levava imigrantes italianos a Montevidéu. Narrado do ponto de vista de um viajante da primeira classe, o relato lança um olhar piedoso sobre as aflições dos "filhos errantes" de uma Itália pós-unificação -cujos artesãos e camponeses empobrecidos podem bem ser vistos como um espelho do atual drama dos refugiados na Europa globalizada.

    Em Alto-Mar. Autor: Edmondo De Amicis. Tradução: Adriana Marcolini. Editora: Nova Alexandria (2017, 320 págs., R$ 65)

    manuel da costa pinto

    É jornalista e mestre em teoria literária e literatura comparada pela USP. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.

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