• Colunistas

    Monday, 29-Apr-2024 03:12:33 -03
    Mara Gama

    Cortar 50% do desperdício de comida pode economizar US$ 300 bi/ano

    13/03/2015 02h00

    Um terço dos alimentos produzidos no mundo vai para o lixo. O custo total do desperdício pode chegar a US$ 400 milhões por ano. A comida descartada nos países ricos seria suficiente para sustentar os 870 milhões de pessoas com fome no planeta, se houvesse uma maneira de distribuição eficaz desses alimentos.

    De acordo com a organização britância Wrap (Waste & Resources Action Programme), o problema tende a piorar devido à expansão global das classes médias. O mais recente relatório da Wrap indica que, em 2030, o desperdício de alimentos pode custar cerca de US$ 600 bilhões/ano.

    Além do problema social, em geral, o alimento não consumido vai para aterros sanitários, onde se decompõe e gera gás metano. De acordo com a Wrap, 7% das emissões globais de gases do efeito de estufa (GEE) são decorrentes desse ciclo. O índice coloca os aterros em terceiro lugar entre os maiores emissores, atrás da China e dos Estados Unidos.

    Reduzir o desperdício, contribui no combate das alterações do clima e economiza recursos. Uma redução de 20% a 50% geraria economia de US $120 bilhões a US$ 300 bilhões por ano durante 15 anos.

    Segundo a Wrap, os cidadãos têm um papel importante. No Reino Unido, onde a maior parte dos resíduos alimentares é proveniente das moradias, uma campanha com dicas e esclarecimentos junto aos consumidores conseguiu reduzir o desperdício em 21% entre 2007 e 2012 nos municípios.

    O Wrap indica providências práticas que podem ser tomadas para a prevenção da deterioração de alimentos, destacando a necessidade de melhores projetos de embalagens e melhor calibragem - com menores temperaturas médias - de equipamentos de refrigeração. Só com este último item, o desperdício de alimentos dos países em desenvolvimento poderia cair 25%.

    Há muitas maneiras de evitar o desperdício. Redução do consumo, melhores condições de conservação e redistribuição de excedentes fazem parte desse rol. Separação correta dos resíduos nas casas e compostagem doméstica de orgânicos vem sendo apontadas como armas de simples implantação e ao mesmo tempo poderosas para combater o problema.

    mara gama

    É jornalista com especialização em design, roteirista e consultora de qualidade de texto.
    Escreve às sextas.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024