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    Mara Gama

    Lixo: Gigante da moda H&M lança prêmio de € 1 milhão para reciclagem

    28/08/2015 02h00

    A gigante H&M, segunda maior varejista de moda do mundo, lançou o prêmio Desafio Global, de € 1 milhão (R$ 3,99 milhões), para encontrar abordagens que protejam os recursos naturais na indústria da moda. A ideia é captar projetos que proponham novas maneiras de conceber, produzir, enviar, comprar, utilizar e reciclar o vestuário.

    Metade do prêmio será dividida igualmente entre os cinco projetos vencedores, que poderão participar de um workshop de inovação em Estocolmo (Suécia) para testar suas ideias. Uma votação on-line está prevista para destinar o restante do prêmio. O resultado deve ser anunciado em fevereiro de 2016.

    Rebecca Earley, professora da Universidade de Artes de Londres e integrante do júri do novo prêmio, disse ao jornal britânico "The Guardian" que a moda precisa de ideias radicais agora para enfrentar os desafios da poluição, dos resíduos e das demandas do mercado nos próximos dez anos.

    A indústria têxtil é considerada vilã da ecologia. Consome muita água nos seus processos de tintura e lavagem. Muitas grandes empresas sofrem constantemente denúncias de poluição ambiental. Também são comuns processos por superexploração de mão de obra.

    A reciclagem de tecidos não é simples. Um dos grandes problemas é descobrir um meio de usar de novo as fibras mantendo a qualidade do produto original. De acordo com a H&M, cerca de 20% de algodão reciclado pode ser usado em um novo jeans, por exemplo, porque o comprimento das fibras é reduzido no processo de trituração da reciclagem.

    Além dos métodos conhecidos hoje em dia gerarem fibras de mais baixa qualidade, não há ainda uma maneira eficiente de reciclar roupas de fibras misturadas, matéria prima largamente usada na indústria de fast fashion.

    Muitos críticos consideraram o prêmio uma bela jogada de marketing, que não vai atacar o xis da questão da indústria da moda. Segundo essa visão, a cultura de desperdício, que é alimentada pela roupa barata descartável, faz crescer acentuadamente o número de peças vendidas anualmente em todo o mundo.

    A solução, na perspectiva da economia circular, seria mudar o modelo completamente e focar em peças duráveis e reutilizáveis. Isso quer dizer, com todas as letras, produzir menos. Vai encarar?

    Mais informações sobre o prêmio estão em www.globalchangeaward.com

    mara gama

    É jornalista com especialização em design, roteirista e consultora de qualidade de texto.
    Escreve às sextas.

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