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    Mara Gama

    Orgânico é caro no supermercado, mas compensa em grupos de consumo

    15/04/2016 02h00

    Você não come alimentos orgânicos por causa do preço? Pois, então, vai aí uma boa notícia.

    Uma pesquisa inédita apresentada na última terça (12) em São Paulo e feita em cinco cidades brasileiras mostrou que o preço dos alimentos sem agrotóxico depende fundamentalmente do canal de comercialização. Eles são mais caros nos supermercados, mas podem ter preço equivalente ao preço dos não orgânicos se comprados em circuitos mais curtos, como feiras e grupos de consumo.

    A pesquisa foi idealizada pela Rede Brasileira de Grupos de Consumo Responsável e foi feita entre julho de 2014 e junho de 2015 nas cidades de São Paulo e Piracicaba (SP), Salvador (BA), Rio (RJ) e Alta Floresta (MT). Faz parte do projeto "Produção e consumo responsável nas redes territoriais", realizado pelo Instituto Kairós em parceria com a Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Previdência Social.

    O levantamento pesquisou preços de hortaliças, frutas e ovos, e os dados foram coletados em supermercados, feiras convencionais, feiras orgânicas e grupos de consumo responsável.

    A análise dos dados mostra que os produtos cultivados sem agrotóxicos são vendidos nos grupos a preços bem mais baixos que os preços dos supermercados. A variação vai de 16% a 280%.

    Uma cesta média de orgânicos com 17 produtos custava R$ 144 em supermercados, R$ 98 em feiras orgânicas e R$ 69 nos grupos de consumo responsável no período pesquisado. Os produtos da cesta eram abacate, abobrinhas italiana e brasileira, alface crespa, bananas nanica e prata, berinjela, brócolis ninja e ramoso, cenoura, chuchu, limão tahiti, ovo, quiabo e tomates italiano e salada.

    PREÇOS

    Nos grupos de consumo responsável ou consciente, aproximadamente dois terços dos produtos levantados apresentaram preços equivalentes ou menores que os dos convencionais no supermercado.

    Os grupos de consumo responsável são formados por consumidores que se juntam e se organizam para comprar diretamente dos produtores os alimentos cultivados de forma ecológica.

    Resumo da ópera: para ter alimento mais saudável e também mais barato, é preciso mudar os hábitos de consumo.

    Isso implica tempo e disposição para pesquisar grupos adequados, não ter uma variedade infinita de itens o ano todo e bancar o deslocamento até o entreposto de venda.

    Em compensação, você pode ter mais qualidade de vida. Para saber mais sobre os grupos de consumo, leia minha coluna sobre o tema.

    mara gama

    É jornalista com especialização em design, roteirista e consultora de qualidade de texto.
    Escreve às sextas.

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