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    Mara Gama

    Após um ano, compostagem de orgânicos atinge 50 feiras livres em SP

    14/10/2016 02h00

    Divulgação/Inova
    Caixas coletoras de orgânicos usadas para recolher as sobras das feiras livres que são destinadas ao pátio de compostagem desde setembro de 2015
    Caixas coletoras de orgânicos usadas para recolher as sobras das feiras livres

    Em setembro de 2015, começou a funcionar o projeto piloto Feiras e Jardins Sustentáveis para tratamento de resíduos orgânicos de feiras livres da cidade, num pátio de compostagem da Lapa, em São Paulo. Na primeira fase, eram recolhidos restos de 26 feiras do entorno do pátio.

    Um ano após o seu início, o projeto duplicou o seu alcance e passou a receber, desde setembro deste ano, os restos de mais 24 feiras das regiões de Pinheiros, Casa Verde, Piritiba e Jaraguá, Freguesia do Ó e Brasilândia.

    Com esse acréscimo, são aproximadamente 60 toneladas de resíduos compostados semanalmente no pátio da Lapa. Segundo a empresa Inova, uma das concessionárias de limpeza da cidade que é parceria da Prefeitura no projeto, a taxa de adesão dos feirantes das feiras atendidas é de 80%.

    De acordo com o secretário de serviços da cidade, Simão Pedro, o sucesso do projeto nesse primeiro ano orientou a construção de outros cinco pátios de compostagem.

    O próximo a ficar pronto será o da Sé, que está sendo implantado na avenida do Estado (ao lado do viaduto Diário Popular). Com 2.800 metros quadrados, poderá receber cerca de até 30 toneladas diárias de resíduos de frutas, verduras e legumes das feiras do centro e do Mercado Central.

    Os outros quatro pátios, que devem ser instalados ainda este ano, estão em Ermelino Matarazzo, na Mooca, em São Mateus e na Vila Guilherme.

    O processo de compostagem dos restos de feiras livres diminui o custo de operação de praças e jardins –por gerar adubo ecológico– evita o despejo de mais volume em aterros sanitários e diminui o deslocamento de caminhões e emissões de dióxido de carbono.

    Para tratar os restos de feiras, é usado o sistema de compostagem termofílica em leiras estáticas com aeração natural, conhecido como método UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

    As leiras são formadas pela deposição alternada de dois materiais: uma camada de restos frescos (verduras, frutas e legumes coletados nas feiras) e uma outra camada se restos de poda de jardins e palha. Com esse mix, cria-se um ambiente adequado para microorganismos trabalharem na fabricação do composto, que fica pronto após 120 dias. O método demanda pouco investimento em infraestrutura, mão de obra e não causa odor.

    Os resíduos orgânicos formam a maior parcela do lixo comum. Misturados aos outros materiais descartados, geram gás carbônico, gás metano e chorume nos aterros. Sua separação na geração –nas casas, feiras, mercados e restaurantes– e o tratamento local e descentralizado são fundamentais para avançar na redução da contaminação do meio ambiente.

    Segundo a Inova, a ampliação do projeto das feiras não representou nenhum acréscimo de gastos para o município, sendo incluída na tarifa que Prefeitura já paga pela gestão da logística dos resíduos.

    O contrato da Inova termina em 15 de dezembro e pode ser prorrogado por mais 12 meses. Independentemente disso, o projeto Feiras e Jardins Sustentáveis, como parte do PGIRS (Programa de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos), pode continuar por tempo indeterminado, a critério da administração municipal.

    mara gama

    É jornalista com especialização em design, roteirista e consultora de qualidade de texto.
    Escreve às sextas.

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