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    Mara Gama

    Indústria acena com solução para embalagens flexíveis

    20/05/2017 12h57

    Agência Brasil
    Aterro sanitário em Brasília, inaugurado ano passado

    Até o final do ano, deve começar a ser testada uma tecnologia para tratar embalagens plásticas flexíveis descartáveis, que têm uso crescente nos cosméticos, produtos de limpeza e gêneros alimentícios, mas não são até hoje recicláveis.

    São diversos tipos de produtos que usam esses envases, sobretudo para a modalidade de refil, entre detergentes, sabões, amaciantes, shampoos, sabonetes, sopas, mostardas, maioneses e temperos.

    Do ponto de vista do preço e da logística, os sachês são um avanço na história do design da embalagem. Têm menos matéria prima, mais flexibilidade e melhor capacidade de armazenamento e transporte.

    Essas vantagens podem explicar a penetração crescente em países mais pobres e o desempenho global: o consumo mundial deve somar 27,4 milhões de toneladas em 2017 e o mercado deve crescer 4,1% até 2022, chegando a 33,5 milhões de toneladas.

    Porém, sua difusão generalizada pelo planeta deixa forte pegada ambiental. Devido à complexidade do material, depois do consumo essas embalagens são vilãs, consideradas caixas pretas para a reciclagem de baixa tecnologia.

    O anúncio de uma nova iniciativa para tratar esse tipo de embalagem foi feito pela Unilever, uma das maiores empresas do setor, com 400 marcas e alcance declarado de 2 bilhões de consumidores em 190 países. No Brasil, a empresa diz atingir 46 milhões de domicílios. Aproximadamente 6% das embalagens usadas pela companhia no país são plásticas flexíveis.

    A Unilever vai bancar a instalação de um projeto piloto da reciclagem na Indonésia para testar viabilidade técnica e econômica, e promete liberar o know-how para embalagens de concorrentes.

    A tecnologia está sendo desenvolvida pela alemã Fraunhofer, que atua na recuperação de materiais e tratamento pós consumo de produtos complexos como veículos, eletroeletrônicos e materiais de construção.

    O tratamento deve reinserir o material após o consumo na cadeia de produção, com ganhos ambientais e financeiros. A perspectiva —espetacular— é recuperar seis quilogramas de polímeros puros das embalagens já usadas com a mesma energia necessária para produzir um quilograma de polímero virgem.

    mara gama

    É jornalista com especialização em design, roteirista e consultora de qualidade de texto.
    Escreve às sextas.

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