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    Mara Gama

    Peças de impressoras e laptops viram fio para impressão 3D

    18/08/2017 02h00

    Divulgação/Sinctronics
    Fios de resina plástica reciclada, extraída de componentes de computadores Crédito: Divulgação/ Sinctronics
    Fios de resina plástica reciclada, extraída de componentes de computadores

    Instalada em Sorocaba, no Estado de São Paulo, a Sinctronics, que atua na reciclagem de eletroeletrônicos, está em fase avançada do processo de experimentação de um novo produto: um fio de resina ABS (Acrilonitrila butadieno estireno), polímero meio primo da borracha e do acrílico. Esse filamento plástico é a matéria prima mais usada na fabricação digital pelas impressoras 3D, que estão cada vez mais baratas e comuns.

    Quase toda a carcaça das impressoras tradicionais, a tampa dos laptops e a parte plástica dos celulares são de ABS. A Sinctronics extrai a resina de equipamentos descartados recolhidos no Brasi inteiro por meio dos programas de logística reversa da Abinee, a Associação Brasileira de Eletro Eletrônicos, e da HP, entre outros fabricantes. O plástico extraído já era usado pela empresa na fabricação de resina e novas partes de equipamentos, e agora ganha novo formato.

    Como fio de plástico, ele entra na impressora 3D e passa por uma peça onde é aquecido, fica mais fino e maleável - a cabeça ou bico de extrusão. Passando por essa peça e com o movimento dela, vai sendo depositado em camadas numa placa, para ir compondo o volume do objeto projetado.

    O fio de plástico virgem custa em média R$ 100 o kg e é vendido em carretéis. A Sinctronics não está ainda vendendo seu fio reciclado, e afirma que tem capacidade de produzir mais de 100 kg por mês nessa fase experimental. De acordo com a empresa, o filamento mostrou ter a mesma qualidade do material virgem durante a produção dos objetos em 3D.

    Trazer de volta para a indústria os produtos descartados em forma de matéria-prima é a questão fundamental da economia circular. E o maior desafio da reciclagem é obter material o mais próximo possível do original.

    No caso das latas de alumínio, por exemplo, o ciclo se fecha. Elas são de estrutura simples e também por isso totalmente reaproveitáveis. Já no mundo dos plásticos, há uma enorme variedade de composições, o que impõe complexidade na reciclagem.

    Derivados do petróleo, os plásticos nascem causando forte impacto ambiental. A possibilidade de diminuir a produção de novos e usar os que já estão colocados em circulação é uma boa notícia.

    Menos extração e processamento de petróleo significa em tese menos água, menos gasto de energia, menos poluição e menos gases de efeito estufa e a preservação de reservas naturais.

    VIRADA SUSTENTÁVEL

    Durante a Virada Sustentável, a Sinctronics vai ter postos de recebimento de equipamentos eletroeletrônicos para reciclagem: de 24 a 26 de agosto, um coletor na Unibes (r. Oscar Freire, 2.500, Sumaré), nos dias 26 e 27, uma van no portão 10 do parque Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral - Vila Mariana) e uma van no parque Trianon (r. Peixoto Gomide, 949 - Cerqueira César).

    No dia 25, das 8h30 às 12h, a empresa participa de uma mesa de debate sobre economia circular na FGV (r. Itapeva, 474, Bela Vista).

    mara gama

    É jornalista com especialização em design, roteirista e consultora de qualidade de texto.
    Escreve às sextas.

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