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    Mara Gama

    Retornáveis e compostáveis vencem Desafio do Design Circular

    13/10/2017 02h00

    A Fundação Ellen MacArthur em prol da economia circular anunciou os ganhadores do seu Desafio de Design Circular no último dia 6 numa conferência na ilha de Malta. Foram selecionados seis projetos, entre mais de 600 candidatos, que vão dividir US$ 1 milhão. Eles se dedicaram a repensar três temas de consumo: sachês para condimentos e cosméticos, copos de café para viagem e sistemas de compras de supermercado.

    O objetivo final é o de conter a poluição de plástico nos mares. Por isso, o foco em itens plásticos que são muito pequenos ou muito complexos para serem reciclados, como as embalagens de múltiplas camadas.

    No ano que vem, as equipes vencedoras participam de um programa de aceleração com consultores especializados da indústria de plásticos e investidores, para seguir no desenvolvimento de seus projetos, e atingir escala com sustentabilidade financeira. No tema das compras de supermercado, o desafio foi evitar desperdício e conter o uso de embalagens de uso único para mantimentos.

    Uma das vencedoras foi empresa social chilena Algramo, que oferece produtos em pequenas porções em recipientes reutilizáveis para uma rede de 1.200 lojas de conveniência e já atingiu mais de 200.000 clientes no Chile. Destinado a locais onde não há boa infra-estrutura ou mercado para reciclagem, a Algramo propõe retornáveis resistentes e baratos.

    Também levou o prêmio o sistema e o aplicativo Miwa, da República Tcheca, permite que os consumidores solicitem quantidades exatas dos produtos que querem. Os produtos são entregues em embalagens reutilizáveis do produtor para a loja mais próxima ou na casa do cliente. Pode ser adaptado para pequenas lojas e grandes supermercados.

    No tema das embalagens, invólucros e sachês para cuidados pessoais, produtos da indústria de alimentos e bebidas, a empresa do designer radicado no Reino Unido Rodrigo Gonzalez, inventor da membrana Ohoo!, desenvolveu agora Delta, um pacotinho para molhos comestível e para shampoos, compostável. A embalagem se dissolve em seis semanas no contato com o solo. As máquinas para fazer as embalagens Delta são compactas e devem ficar nos pontos de venda, por ser um material natural e de vida breve.

    A start-up indonésia Evoware também venceu, com as folhas de papel de alga, saquinhos e sachês do mesmo material. Eles são feitos sem aditivos e servem para proteger sanduíches, café instantâneo ou chá e temperos para macarrão. Ao colocar a água quente, por exemplo, a embalagem se disolve e se junta ao líquido ou ao alimento. Evoware também tem uma versão feita de resina de uma espécie de ficus para conter líquidos e produtos de higiene ou medicamentos, que é compostável.

    Com o objetivo de evitar a montanha de copos descartáveis de café que não são reciclados- mais de 40 bilhões nos EUA e na Europa, todos os anos- dois projetos foram contemplados. Um deles foi o americano TrioCup, um copo de papel compostável feito de dobradura, que prescinde de tampa. O serviço de assinatura britânico CupClub recebe em todas as lojas associadas os copos usados na rede para serem higienizados e reutilizados.

    mara gama

    É jornalista com especialização em design, roteirista e consultora de qualidade de texto.
    Escreve às sextas.

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