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    Marcia Dessen

    Seu orçamento indica se as prioridades estão corretas

    DE SÃO PAULO

    07/10/2013 03h00

    Arrisco dizer que a maioria das pessoas acha que ganha pouco, que seu salário deveria ser maior. Muito frequentemente o salário acaba antes que o mês termine, as despesas continuam e o próximo não chega. E quando chega já está parcialmente comprometido para pagar contas do mês anterior.

    Para esperar o próximo mês, muitos lançam mão do cheque especial, que foi, quase automaticamente, incorporado ao saldo bancário "disponível".

    Será que o problema é ganhar pouco ou gastar muito? É bem possível que a questão seja a falta de controle.

    Existe um procedimento básico que todas as empresas bem-sucedidas fazem: o orçamento indica com clareza os itens que compõem as despesas e o percentual que elas representam da receita.

    Se a receita cai, as despesas diminuem proporcionalmente e, em alguns casos, são eliminadas. Por que será que as pessoas não adotam o mesmo procedimento em suas finanças pessoais?

    Devem ser muitas as razões que as levam a não planejar e controlar suas despesas, mas posso resumir contando uma história: fazer orçamento é chato e deixa claro que não há dinheiro suficiente para fazer tudo que a gente quer e precisa. E aí teremos que fazer escolhas e decidir o que vamos cortar.

    Cortar dói, por isso não queremos cortar nada. Então não fazemos orçamento e pronto. Compramos tudo que temos vontade e depois damos um jeito de pagar.

    ESTRATÉGIA

    Essa pode ser uma boa estratégia se observada sob o ponto de vista das emoções. Tem coisa melhor do que encontrar aquele vestido maravilhoso com desconto de 30%? Poder jantar em um restaurante famoso, com um serviço impecável e uma comida maravilhosa?

    Viajar e conhecer o mundo? Comprar uma bolsa de grife e matar as amigas de inveja? Carro sempre novinho e uma tão cobiçada Harley Davidson?

    Do ponto de vista financeiro, essa estratégia deve resultar em problemas no curto prazo. O prazer imediato e momentâneo da compra será anulado pela preocupação de como cumprir com todos os compromissos financeiros assumidos.

    Qual é a melhor estratégia então? O equilíbrio.

    Gastar dentro de suas possibilidades atuais. Planejar com antecedência e escolher conforme as prioridades estabelecidas.

    Não desista do que não for possível fazer hoje; estabeleça o objetivo e reserve parte do orçamento para acumular os recursos suficientes para atingir essa meta.

    O instrumento que permite executar esse planejamento é o orçamento familiar, um grande aliado na construção de seu patrimônio e realização de seus sonhos.

    CATEGORIAS

    Classifique as despesas em categorias, de acordo com o perfil da sua cesta de consumo. Depois de anotar o valor mensal de cada categoria, calcule o percentual de cada uma em relação à renda total. Os percentuais variam de acordo com idade, nível de renda e estrutura familiar.

    Analise as categorias em que você está gastando mais de 20% do seu orçamento e repense se está priorizando e investindo mais nos aspectos que realmente agregam valor para você e para seus familiares.

    Ausência de investimentos significa que você está deixando o futuro para depois. Dependendo da sua idade, o futuro está mais próximo do que imagina.

    E o esforço de acumulação de recursos para bancar sua aposentadoria será muito maior, mais tarde, se você acha que ainda é cedo para pensar nisso. Procure poupar entre 5% e 10% da renda mensal para constituir uma reserva financeira e viabilizar projetos futuros.

    marcia dessen

    É planejadora financeira pessoal, diretora do Planejar e autora do livro 'Finanças Pessoais: o que Fazer com Meu Dinheiro'. Escreve às segundas.

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