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    Marcia Dessen

    A minha, a sua, a nossa inflação

    02/06/2014 02h00

    Muito se fala de inflação, mas nem todos sabemos direito o que significa, por que ela aparece e como afeta o nosso bolso. Sabemos que coisa boa não é, e, quando o governo anuncia o índice oficial de inflação, não fica aquela sensação de que o custo do que consumimos subiu muito mais?

    O QUE É

    Inflação é o aumento do preço dos produtos e serviços que consumimos no dia a dia. Sobe o preço do combustível, dos transportes públicos, das frutas, das verduras e dos legumes, do pãozinho de cada dia, da carne, do leite, do arroz e do feijão e por aí vai.

    Aumenta também o preço do aluguel, da mensalidade escolar, da consulta médica, do plano de saúde, dos medicamentos na farmácia. Roupas e sapatos, refeições fora de casa, o empregado doméstico, a conta de luz, a de água, a do telefone e muitos outros.

    POR QUÊ

    Os preços sobem basicamente por duas razões: 1) em razão da escassez do produto, cuja oferta é insuficiente para atender a demanda de mercado; 2) quando a procura por produtos e serviços é maior do que a quantidade ofertada, ocorre a chamada inflação de demanda.

    Estamos vivendo no Brasil um período com essas características, expansão do consumo em razão do aumento no poder aquisitivo das pessoas e produção insuficiente para acompanhar o aumento da demanda.

    Editoria de Arte/Folhapress

    COMO MEDE

    Um índice de preços, ou índice de inflação, como são chamados, mede o aumento dos preços de um conjunto de bens e serviços, adquiridos pelas famílias de certo nível de renda, em determinado período de tempo.

    O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o índice oficial de inflação e reflete o custo de vida de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos, das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Distrito Federal e Goiânia. Os preços são colhidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entre os dias 1º e 30 de cada mês.

    A diferença entre a menor e a maior faixa de renda das famílias pesquisadas é muito grande; assim, a média acaba ficando distante da nossa realidade e vem aquele sentimento de que a nossa inflação é muito diferente da chamada inflação oficial. É possível que seja mesmo...

    CESTA DE CONSUMO

    O índice considera a variação dos preços de determinados itens que compõem uma cesta de consumo, ponderados de acordo com o peso de cada item no todo.

    Pode existir uma diferença grande entre a cesta de consumo adotada pelo IBGE e a sua. Veja na tabela quais são os grupos que compõem a cesta de consumo das famílias pesquisadas e os pesos de cada grupo. O exemplo demonstra a inflação de 0,65% em um único mês.

    SUA INFLAÇÃO

    A sua cesta de consumo, de acordo com a idade, o momento de vida, a estrutura familiar e a faixa de renda, pode ser muito diferente da cesta de consumo pesquisada pelo IBGE e medida pelo IPCA.

    No exemplo da tabela, a inflação acumulada no ano foi de 7,58%. Se essa pessoa tiver um aumento salarial inferior a esse índice, estará reduzindo seu poder de compra ao longo do tempo.

    Idealmente, deveria viver com uma cesta de consumo que permita ampliar seu poder de compra, além de planejar quanto deve poupar para enfrentar os aumentos que virão a cada ano.

    marcia dessen

    É planejadora financeira pessoal, diretora do Planejar e autora do livro 'Finanças Pessoais: o que Fazer com Meu Dinheiro'. Escreve às segundas.

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