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    Marcia Dessen

    Investir vale a pena

    DE SÃO PAULO

    19/01/2015 02h00

    Já imaginou que maravilha ter uma fonte de renda para complementar seu orçamento mensal sem precisar trabalhar para ganhar esse dinheiro? Pois é isso o que um bom investimento faz por você: o dinheiro trabalha e permite que você se beneficie do pagamento de juros ao longo do tempo.

    Todos sonhamos em um dia parar de trabalhar para merecido descanso depois de anos de atividade. Muitos acreditam que o valor a receber da Previdência Social mais o dinheiro acumulado no Fundo de Garantia serão suficientes para custear essa fase.

    Mas as estatísticas do Ministério da Previdência e Assistência Social são cruéis e apontam que 46% dos brasileiros que se aposentam dependem de parentes; 25% são obrigados a continuar trabalhando; 27% dependem de caridade; apenas 2% dos brasileiros conseguem se manter sem nenhuma fonte externa de ajuda. Essa pequena minoria foi previdente e colocou o dinheiro para trabalhar, com a disciplina e a determinação de quem sabia que um dia seria recompensado pelo esforço.

    ONDE INVESTIR

    Quando procuramos a melhor alternativa de investimento, estamos em busca de três atributos: segurança, liquidez e rentabilidade. A má notícia é que raramente são encontrados em um mesmo produto e acabamos por renunciar a um deles em detrimento de outro.

    Investir em imóveis é a opção preferida de muitas pessoas, em razão da sensação de segurança. Porém sua rentabilidade é baixa quando proveniente de aluguéis e incerta quando a estratégia é vender. Dos três, a liquidez é o atributo mais distante; você pode levar meses para vender um imóvel ou mais se teimar que ele vale mais do que o mercado está disposto a pagar.

    Investimento em ações é cobiçado por sua alta rentabilidade potencial. Liquidez é uma vantagem indiscutível: é possível comprar e vender ações no mesmo dia. Entretanto o atributo segurança passa bem longe. Quem entra nesse mercado está disposto a correr riscos elevados em busca de rentabilidade.

    Aplicações em "renda fixa" nem sempre são tão seguras quanto o nome sugere. Nessa modalidade, o investimento equivale a um empréstimo. O investidor vira credor de quem recebeu o dinheiro emprestado e recebe juros em troca. No limite, pode perder tudo o que aplicou.

    Quando a operação tem taxa de juros prefixada o negócio parece mais seguro ainda... O investidor sabe quando e quanto vai ganhar! Verdade, se aguardar a data do vencimento. Quem precisa de liquidez no meio do caminho corre o risco de mercado e pode perder dinheiro se a taxa de juros subir.

    Os riscos existem e, como não é possível evitá-los, devem ser conhecidos e gerenciados.

    O risco de crédito (possibilidade de calote) se apresenta em todas as operações de renda fixa. O risco de mercado (flutuação de preços) se apresenta em quase todas as modalidades de investimento, inclusive na renda fixa. O risco de liquidez (não conseguir vender) é o mais fácil de gerenciar. Diversificação é a única estratégia simples e eficaz para reduzir riscos de sua carteira de investimentos.

    CUSTOS E IMPOSTOS

    A conta poupança é a rara exceção de investimento isento de custos e impostos. Nas demais alternativas existem custos, representados por taxa de administração, corretagem, custódia, ou ainda, embutido na cotação da aplicação quando o banco fica com um pedaço da taxa de juros, ao oferecer abaixo de 100% da taxa de referência.

    Além dos custos, pagos às instituições financeiras, o investidor pagará Imposto de Renda, incidente na maioria das alternativas de investimento. Compete ao investidor investigar, analisar e escolher a modalidade que oferecerá o melhor retorno líquido, depois de descontados os custos e os impostos.

    No mundo dos investimentos, nada é perfeito. É preciso conhecer todas as opções, entender como funcionam, analisar custos e riscos, e escolher a opção adequada a seus objetivos, perfil de risco e horizonte de tempo. Pesquise, investigue, estude antes de escolher o que faz mais sentido para você. Coloque seu dinheiro para trabalhar para você!

    marcia dessen

    É planejadora financeira pessoal, diretora do Planejar e autora do livro 'Finanças Pessoais: o que Fazer com Meu Dinheiro'. Escreve às segundas.

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