• Colunistas

    Friday, 03-May-2024 18:30:51 -03
    Marcia Dessen

    Aplicar em fundos de investimento

    23/02/2015 02h00

    São muitas as reflexões que precisam ser feitas antes de escolhermos onde investir nosso dinheiro. Investir em renda fixa ou em ações? Qual é o risco de crédito dos títulos de renda fixa? Investir em títulos de taxa pré ou pós-fixada? Prazo curto ou longo? Aplicação em dólar vale a pena? Que ação está na hora de comprar e qual devo vender?

    Exatamente por não ser uma tarefa simples é que milhares de pessoas optam por investir em fundos de investimento. Ao fazer isso, o investidor transfere para um especialista a tomada de decisão que não quer, não sabe ou não tem tempo para fazer.

    Assim, contrata a prestação de serviço desse especialista, para aplicar o seu dinheiro em regime de melhores esforços, de acordo com o mandato previsto no regulamento do fundo.

    RISCOS

    O risco do investidor está diretamente representado pelos ativos que compõem a carteira do fundo, constituído sob a estrutura de uma pessoa jurídica independente, com CNPJ distinto do administrador.

    Significa dizer que a quebra do administrador não representa necessariamente perda para o investidor. Se a carteira do fundo estiver sadia, formada por ativos com boa liquidez e valor de mercado, um novo administrador pode ser nomeado para seguir com a gestão da carteira.

    Por isso a importância de conhecer em detalhe a política de investimento do fundo antes de investir.

    O risco é seu! Quando o fundo ganha, você ganha. Quando o fundo perde, você perde.

    GARANTIA

    Por que a aplicação em fundos não é garantida pela instituição, como ocorre com os depósitos bancários?

    O dinheiro depositado em CDB ou poupança, por exemplo, entra no caixa do banco, pois se trata de um empréstimo. O dinheiro aplicado em fundos entra no caixa do fundo, um condomínio de investidores. Como não se trata de empréstimo (crédito), o investidor não conta com a garantia do FGC.

    CUSTOS

    A prestação de serviço é paga pela taxa de administração, expressa em % ao ano, calculada sobre o capital corrigido, qualquer que seja o desempenho do fundo.

    Taxa de performance pode ser cobrada adicionalmente, sendo paga somente quando o administrador supera determinada meta.

    Nos fundos previdenciários, taxa de carregamento, calculada sobre o valor de cada aplicação, pode ser cobrada de acordo com a política de cada plano.

    TIPOS

    São muitos os tipos de fundo disponíveis no mercado, desde os mais simples, como os renda fixa e DI, passando pelos multimercados, que investem em diversas classes de ativos, chegando aos mais sofisticados, que podem investir em ativos negociados no exterior.

    Investimento em imóveis, muito cobiçados pelos brasileiros, faz parte do cardápio de fundos. A indústria de fundos imobiliários, cujas cotas são negociadas em Bolsa, cresceu bastante nos últimos anos.

    Qualquer que seja seu interesse, pesquise e investigue bastante antes de aplicar, em busca de um fundo cujo objetivo de investimento e perfil de risco seja compatível com o seu.

    VOLATILIDADE

    O valor da cota do fundo muda todos os dias, refletindo o valor de mercado dos ativos da carteira. Essa transparência pode incomodar muitos investidores, mas é esse mecanismo que garante o preço justo. Assim, quem compra ou vende cotas diariamente não paga ou recebe nem mais nem menos do que vale.

    ALERTAS

    Não baseie sua escolha em rentabilidade passada. Ela não é garantia de rentabilidade futura.

    Alguns fundos são fechados e não admitem resgate de cotas. Para sair do fundo, o cotista deve vender suas cotas em Bolsa. Outros exigem carência para resgate.

    Leia atentamente o prospecto do fundo antes de aderir. Semelhante a uma bula de remédio, ele identifica a quem se destina e expõe os riscos potenciais e seus efeitos colaterais, entre outros alertas exigidos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão regulador do mercado.

    marcia dessen

    É planejadora financeira pessoal, diretora do Planejar e autora do livro 'Finanças Pessoais: o que Fazer com Meu Dinheiro'. Escreve às segundas.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024