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    Marcia Dessen

    Você pode investir sozinho ou pagar a um gestor para cuidar do seu dinheiro

    23/01/2017 02h00

    Fernando de Almeida/Folhapress

    Investir não é tarefa simples. Quem investe em renda fixa escolhe primeiro a quem vai confiar seu rico dinheirinho. Depois negocia as condições de liquidez e a remuneração da aplicação. Investimentos em renda variável são mais complexos e exigem outro tipo de conhecimento para decidir a hora de comprar ou vender esta ou aquela ação.

    Se você se identifica com essa dificuldade e acaba deixando o dinheiro na poupança, investir em fundo de investimento pode ser uma saída. Você fará duas escolhas: o gestor e o fundo cuja política de
    investimento se aproxima da sua.

    Quem adere a um fundo de investimento contrata o serviço de um especialista. O regime é de melhores esforços, ou seja, ele fará o melhor que puder. E o regulamento do fundo diz o que ele pode e não
    pode fazer com seu dinheiro.

    RISCO

    O risco de ganhar ou perder vem dos ativos que compõem a carteira e do contexto econômico que influencia o preço deles. E há o risco, menor, diga-se de passagem, de o gestor
    fazer operações não autorizadas.

    GARANTIA

    As aplicações em fundo de investimento não são garantidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos). O contrato entre administrador e cotista é de prestação de serviço e não há o que garantir. Se o emissor de um dos ativos da carteira quebrar, o FGC pagará ao fundo (e não aos cotistas) a garantia de R$ 250 mil.

    RENTABILIDADE

    Quem investe em fundos não sabe quanto vai ganhar. Tem expectativa de ganho em razão da política de investimento do fundo. Os ganhos (e perdas) são 100% repassados aos cotistas. A rentabilidade passada é útil para observar a competência da gestão, e não para escolher o "melhor" fundo para investir.

    CUSTOS

    O serviço é pago pela taxa de administração, expressa em % ao ano, calculada sobre o patrimônio, qualquer que seja o desempenho do fundo, sendo descontada diariamente no valor da cota. Assim, a rentabilidade divulgada é líquida dos custos de administração, mas bruta do IR.

    A taxa tende a ser tanto maior quanto menor for o valor mínimo de aplicação. O pequeno investidor acaba pagando taxa muito elevada, mas pode mudar de fundo assim que acumular mais dinheiro. Evite pagar acima de 1% ao ano nos fundos de renda fixa e 2% ao ano nos demais.

    Taxa de performance pode ser cobrada ou não, apenas quando o administrador supera determinada meta. É mais comum nos fundos multimercado e de ações. Exemplo: 20% sobre o que exceder a variação da taxa DI.

    TIPOS

    São muitos os tipos de fundo disponíveis, desde o mais simples, como o DI, passando pelo multimercado, que investe em diversas classes de ativos, chegando aos mais sofisticados, que podem investir em derivativos e ativos negociados no exterior. Pesquise bastante antes de investir para encontrar um fundo cujo objetivo de investimento e perfil de risco sejam compatíveis com o seu.

    VOLATILIDADE

    O valor da cota do fundo muda todos os dias, refletindo o valor de mercado dos ativos da carteira. Esse mecanismo garante o preço justo, assegurando que quem compra ou resgata cotas não paga ou recebe nem mais nem menos do que vale.

    TRIBUTAÇÃO

    O rendimento dos fundos de ações paga 15% de Imposto de Renda no resgate. Os demais pagam entre 22,5% e 15%, conforme o prazo. A má notícia é que o IR é cobrado semestralmente, pelo mecanismo de come-cotas, antes mesmo que os ganhos entrem no seu bolso.

    ALERTAS

    Não baseie sua escolha em rentabilidade passada, ela não garante a rentabilidade futura. Leia atentamente a lâmina do fundo antes de aderir. Semelhante a uma bula de remédio, ela identifica a quem se destina e expõe os riscos potenciais e seus efeitos colaterais, entre outros alertas obrigatórios.

    A atividade de gestão de recursos de terceiros (você é o "terceiro") é regulada e fiscalizada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Além de você, investidor, a CVM está de olho.

    marcia dessen

    É planejadora financeira pessoal, diretora do Planejar e autora do livro 'Finanças Pessoais: o que Fazer com Meu Dinheiro'. Escreve às segundas.

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