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    Marcia Dessen

    Não há método que resolva se você não tiver meta para controlar despesas

    04/09/2017 02h00

    Marcos Santos/USP Imagens
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    Hélio está empenhado em controlar seu orçamento, mas observa que seus gastos são maiores do que o salário líquido que recebe todos os meses. Sabiamente, ele não usa o cheque especial e também não parcela o pagamento do cartão de crédito, entretanto recorre à poupança para fechar o saldo da conta-corrente. Ele não quer mexer no dinheiro guardado e pergunta como controlar as despesas com eficácia.

    Não existe a "melhor" maneira de controlar as despesas. Cada um precisa encontrar um método que faça sentido para o seu caso em particular. Os adeptos da tecnologia adotam aplicativos que controlam e classificam as transações de crédito e débito que passam pela sua conta. Uma planilha Excel também pode ser usada e deve ser personalizada, adequada ao perfil de despesas da família. E, apesar de toda a tecnologia disponível, há quem ainda prefira o bom e velho
    caderno para fazer suas anotações.

    No planejamento que fez no início do ano, Teresa estabeleceu o objetivo de reduzir as despesas em 10% até o fim do ano. Para assegurar que está no caminho certo, ela imprime o gráfico com as despesas mensais e coloca na parede. Celebra a cada mês quando observa que a linha da despesa está desenhando uma curva descendente. Visualizar o resultado de sua estratégia a motiva a continuar. Esse é o jeito de Teresa.

    Para tentar ajudar Hélio a melhorar o controle de seu orçamento, recomendo que ele adote um método que permita controlar as despesas antes que sejam realizadas.

    Organizar e classificar as despesas depois de realizadas não impede que os limites sejam extrapolados.

    Fernando de Almeida/Folhapress
    Ilustração Marcia Dessen de 4.set.2017

    ANTES

    Para aqueles que estão iniciando o hábito de controlar as despesas, é recomendável estabelecer um limite geral para cada mês. O controle pode ser feito em um caderno, uma planilha Excel bem simples. O saldo inicial será o salário líquido disponível, provavelmente o único lançamento de crédito desse orçamento. Cada pagamento feito deve ser deduzido do saldo anterior com uma simples operação de subtração. O compromisso é parar
    de gastar quando o saldo for zero.

    Esse método demonstra que o saldo disponível está caindo, caindo, se aproximando de zero. E vai exigir que escolhas sejam feitas, como desistir da compra ou adiá-la para o mês seguinte. Esse método é o mais eficiente para quem gasta mais do que ganha e precisa aprender a controlar os gastos.

    Ainda nesse perfil, envelopes identificando o tipo de despesa e o valor disponível para ela podem ajudar. Um envelope com R$ 200 para despesas com lazer, por exemplo, te obriga a reduzir ou parar quando o dinheiro acabar. Não vale invadir o dinheiro de outro envelope, seria como quebrar o cofrinho do filho para pegar algum dinheiro que depois você promete devolver. Assumindo o controle, em breve, você terá recurso excedente para realizar os seus projetos de vida.

    DEPOIS

    Se você já mantém um bom controle das despesas, estabelece limites e não os excede, o método mais recomendável é o que permite classificar as despesas feitas e analisar as categorias que podem ser mais bem administradas.

    Esse método permite visualizar quanto dinheiro está indo para onde. Permite analisar os números e decidir pelo aumento ou redução de determinada categoria em
    razão das prioridades definidas.

    DO SEU JEITO

    Quer saber qual é o melhor método? O seu. Aquele com o qual você se compromete a examinar antes de realizar cada pagamento que faz. Aquele que funciona como um sinalizador dos limites que você não pode e não quer exceder. E que você respeita. Um compromisso seu com você mesmo. Um método que te ajuda a atingir seus objetivos de vida, as coisas que realmente têm importância e significado para você e sua família. Se o controle tiver um propósito, o método vai funcionar.

    marcia dessen

    É planejadora financeira pessoal, diretora do Planejar e autora do livro 'Finanças Pessoais: o que Fazer com Meu Dinheiro'. Escreve às segundas.

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