O salão de festas é uma das áreas mais utilizadas nos condomínios, especialmente nos finais de semana.
Há edifícios em que a reserva precisa ser feita com meses de antecedência. Nos mais novos, os salões costumam ser bem equipados e integrados ao espaço gourmet.
Os moradores se orgulham de compartilhar uma área comum tão gostosa e bem equipada e as festinhas infantis acontecem quase todo sábado e domingo. Festinhas?!
Os aniversários de crianças se transformaram em mega eventos, e os condomínios não estão preparados. A reunião dos amiguinhos para um parabéns cedeu espaço às festas temáticas, com decoração caprichada, buffet, monitores, DJs e brinquedos de grande porte.
A montagem começa horas antes, com intensa movimentação de profissionais. E rezar para não chover faz parte dos preparativos.
Diante dos excessos nas festinhas infantis, o desafio é manter a harmonia com os moradores que pretendem descansar e os que planejam usar as demais áreas comuns. Vale citar dois relatos, que elucidam os desafios sobre o tema:
Morador do segundo andar, Marcelo sofre com a gritaria da criançada em sua janela. A área externa é o local preferido para as brincadeiras dos monitores e dos adultos que procuram fugir do calor do salão. E, assim, o sossego dos sábados e domingos vai embora.
Já o Ricardo, pai de um menino de oito anos, trabalha muito de segunda a sábado e só tem o domingo para jogar bola com seu filho na quadra do condomínio. Mas quase todo domingo o jogo fica prejudicado, pois as festas invadem o local.
Nada contra as festas, que devem ocorrer e trazem vida ao condomínio. Porém, os excessos devem ser coibidos, de forma a prestigiar o interesse coletivo, o sossego dos moradores e a plena utilização das demais áreas comuns.
A única solução para tão delicada questão é a discussão e aprovação, em assembleia geral, de um regulamento interno especial para o uso do salão de festa, com definição clara das permissões, proibições e limitações.
Importante também reforçar o controle de acesso, para que haja monitoramento dos convidados.
É advogado, especialista em condomínios. Presidente da Associação dos Síndicos de SP e membro da Comissão de Direito Urbanístico da OAB-SP. Escreve aos domingos,
a cada duas semanas.