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    Márcio Rachkorsky

    O drama do elevador parado

    DE SÃO PAULO

    16/02/2014 01h30

    O elevador é o equipamento mais usado nos condomínios. E é incrível o rebuliço quando ele quebra e demora para ser consertado.

    Pior ainda quando alguém fica preso nele e o socorro demora duas horas para chegar. Ou atinge idosos e pessoas com mobilidade reduzida –momento em que o assunto deixa de ser mero desconforto, para configurar risco à saúde e à integridade das pessoas.

    Moradores ficam revoltados e os síndicos são massacrados. Impotentes, eles esperam a boa vontade das empresas de manutenção, que já não conseguem dar conta da demanda com a agilidade esperada.

    Quando queima alguma peça cara, aí a dor de cabeça aumenta. Logo o fabricante se exime, alegando mau uso ou "fatores externos". O seguro do condomínio, quando acionado, leva dias para marcar uma vistoria, para, então, decidir se cobre ou não o item danificado.

    Enquanto isso, o síndico fica com a batata quente na mão, pois não pode autorizar uma despesa grande nem deixar o elevador parado.

    Todos os condomínios são obrigados a manter um contrato de manutenção dos elevadores –uma despesa mensal bem alta. As empresas realizam manutenção preventiva, reparos emergenciais, substituição de peças e resgate de passageiros.

    Num único dia, cada elevador faz centenas de deslocamentos e o desgaste é muito grande, razão pela qual a manutenção preventiva precisa ser extremamente bem feita.

    Três grandes empresas fabricantes de elevadores dominam o mercado de manutenção e precisam criar mecanismos para um atendimento mais ágil e eficiente.

    Para tanto, síndicos e administradores precisam do apoio das autoridades públicas e órgãos de defesa do consumidor para evitar a padronização de cláusulas abusivas e a cartelização.

    Para cooperar, os moradores têm papel fundamental –sobretudo na utilização correta dos equipamentos e na fiscalização de seus vizinhos. Neste sentido, a instalação de câmeras nos elevadores é medida necessária nos condomínios.

    Por fim, vale lembrar que somente os técnicos autorizados e os bombeiros podem fazer resgate de pessoas presas nos elevadores.

    márcio rachkorsky

    É advogado, especialista em condomínios. Presidente da Associação dos Síndicos de SP e membro da Comissão de Direito Urbanístico da OAB-SP. Escreve aos domingos,
    a cada duas semanas.

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