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    Márcio Rachkorsky

    Turma da pesada no condomínio

    DE SÃO PAULO

    25/05/2014 01h30

    Adolescentes gostam de andar em bando e, nos condomínios, dá gosto de ver as turmas que se formam. Amizades são construídas, muitas vezes, para a vida toda. É o que chamo de "geração condomínio", de jovens que já nascem preparados para viver em coletividade.

    Entre amigos, eles curtem as áreas comuns e passam horas conversando, brincando e, às vezes, aprontando.

    A frase "vou descer e já volto", por exemplo, é uma velha conhecida das famílias. Cultivar amizade com os vizinhos faz bem aos jovens e traz sossego aos pais.

    Nos empreendimentos do tipo "clube", com equipadas áreas de lazer, tudo fica mais fácil. Já nos condomínios que não têm áreas comuns específicas para a molecada, os adultos precisam ter consciência de que os jovens gostam e precisam conviver em grupo.

    Nesse caso, moradores e gestores devem ter iniciativa e criatividade para transformar qualquer espaço comum em áreas minimamente equipadas para os adolescentes.

    Uma antiga sala de administração pode se transformar num bom espaço de convivência ou um apartamento de zelador sem uso dar lugar a espaços comuns, segmentados para cada faixa etária. Um salão de festas pouco utilizado também pode ter sua finalidade diversificada. É importante lembrar que qualquer reforma ou adaptação da área comum deve ser discutida e votada em assembleia geral, com rateio extraordinário dos custos.

    Mas os adolescentes também precisam de regras e limites. Os excessos devem ser coibidos, de forma a preservar a tranquilidade dos demais moradores.

    Para mantê-los sob controle, é importante ter o regulamento interno atualizado, com regras claras quanto à utilização das áreas e respectivos horários, investir em câmeras (para que as áreas comuns sejam sempre monitoradas) e intervir em situações de risco como bullying, consumo de bebidas alcoólicas, agressão e assédio, com imediata comunicação aos pais ou responsáveis.

    E vale conversar com os jovens, para conscientizá-los acerca do uso responsável dos espaços e ouvir suas demandas, advertindo e multando sempre que necessário.

    márcio rachkorsky

    É advogado, especialista em condomínios. Presidente da Associação dos Síndicos de SP e membro da Comissão de Direito Urbanístico da OAB-SP. Escreve aos domingos,
    a cada duas semanas.

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