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    Márcio Rachkorsky

    Pelo reajuste zero

    05/07/2015 01h30

    Meses atrás, escrevi sobre o galopante aumento das despesas condominiais, muito acima da inflação e alertei para que moradores de condomínios preparassem o bolso para um novo reajuste neste ano.

    Infelizmente eu estava certo e, por conta dos dissídios coletivos, reajustes contratuais e exorbitantes aumentos nas contas de luz e água, o condomínio não para de subir.

    Muitos edifícios já operam no vermelho e o clima nas assembleias é de impotência diante da necessidade de equalizar a arrecadação ordinária para cobrir os gastos.

    É possível, no cenário atual, planejar o tão sonhado reajuste zero na taxa de condomínio ou então um aumento em percentual menor? Sim, em muitos condomínios é possível.

    Tudo depende de planejamento, esforço, união e, acima de tudo, consciência para compreender que não há milagres e que o enxugamento de custos impõe sacrifícios, fim de certas comodidades e investimentos estruturais iniciais.

    É cortar na própria carne, já que, em média, 80% dos custos de condomínio ficam por conta de funcionários e contas de consumo. Abaixo seguem algumas providências, que devem ser discutidas, votadas e aprovadas em assembleia geral.

    1. Renegociação com fornecedores de serviços, especialmente os mais caros, como mão de obra terceirizada (portaria, segurança e limpeza) e elevadores, sempre com bom senso e equilíbrio.

    2. Reforço nas campanhas para uso racional de água, luz e gás.

    3. Investimento em sistemas de medição individual de água e gás, de forma que cada condômino pague pelo seu efetivo consumo.

    4. Adoção de equipamentos e conceitos geradores de economia a médio e longo prazo, como lâmpadas LED para as áreas comuns, sensores de presença para garagens e escadarias e reservatório para águas pluviais e de reúso.

    5. Corte de certas comodidades, a fim de reduzir o quadro de funcionários, como, por exemplo, cada morador levar seu lixo até o local apropriado e buscar suas correspondências em caixinhas individuais.

    6. Combate aos inadimplentes, sobretudo com a utilização do protesto em cartório, uma ferramenta extremamente eficiente e gratuita.

    márcio rachkorsky

    É advogado, especialista em condomínios. Presidente da Associação dos Síndicos de SP e membro da Comissão de Direito Urbanístico da OAB-SP. Escreve aos domingos,
    a cada duas semanas.

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