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    Marcius Melhem

    Hoje é o dia dele

    16/04/2017 02h00

    Neste domingo de Páscoa é dia de celebrar aquele que veio ao mundo para que a humanidade nunca mais fosse a mesma. Esse filho pobre de mãe judia que, mesmo não estando mais entre nós, sempre será lembrado por seus feitos.

    Charles Chaplin.

    Nascido em 16 de abril de 1889, na Inglaterra, Chaplin operou muitos milagres. O cinema e o humor jamais foram os mesmos depois que Chaplin inaugurou uma nova forma de atuar e de fazer comédia.

    A partir da criação do Vagabundo atingiu a perfeição da técnica da pantomima e, com o sucesso, rapidamente passou a escrever, a dirigir e até a compor as músicas dos filmes.

    No auge da carreira, o Vagabundo era onipresente, tantos eram os cinemas do mundo todo que exibiam suas aventuras ao mesmo tempo.

    Nessa época, começou a questionar os vendilhões da indústria e montou sua própria distribuidora, a United Artists, ao lado de três sócios. Foi pioneiro em ter controle não só artístico, mas comercial sobre suas criações.

    Para passar dos curtas aos longas-metragens usou o truque do "vinde a mim a criancinha" e fez "O Garoto", de 1921. Nessa verdadeira obra-prima, atuava ao lado do ator-mirim-prodígio-coisa-mais-fofa-do-mundo Jackie Coogan.

    Chaplin não multiplicou pães, mas dançou com eles, na famosa cena de "Em Busca do Ouro", de 1924. Um balé com as mãos e com o que tinha às mãos, capaz de impressionar um Nijinsky —que ele tanto admirava.

    Conseguiu ressuscitar o cinema mudo, ao fazer um filme sem diálogos em 1931, dois anos depois da invenção do cinema falado. E não foi qualquer filme. "Luzes da Cidade" —a história do Vagabundo e da florista cega— é para muitos (eu aí no meio) o mais perfeito filme de Chaplin.

    Seguiu com seu Vagabundo e sua genialidade mesmo no cinema falado, até "O Grande Ditador", quando se despediu do personagem. Ainda atuou e dirigiu até 1966, quando deixou o cinema.
    Sua arte e seu profundo conhecimento das técnicas do humor influenciaram todos os comediantes que vieram depois.

    No mais, é claro que eu fiz uma brincadeira com a data de hoje e de quem seria o principal homenageado do dia. Sei que para os cristãos hoje se comemora a ressurreição de Jesus.

    Como sei também que em 25 de dezembro o mundo todo celebra e agradece por tudo o que ele fez por nós. Ele, no caso, Chaplin, que morreu na noite de Natal, sereno, dormindo, aos 88 anos, para entrar definitivamente na história e virar a referência maior de quem trabalha com humor.

    Amém, Chaplin.

    Débora Gonzales/Folhapress

    marcius melhem

    Escreveu até novembro de 2017

    Marcius Melhem é ator e humorista brasileiro. Ele é roteirista do 'Zorra' e do 'Tá no Ar' e autor de peças de teatro.

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