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    Marco Aurélio Canônico

    Cara, Rio-2016 é a última Olimpíada de modelo fracassado

    21/07/2016 02h00

    Renato Sette Camara
    Velódromo Olímpico do Rio
    Velódromo olímpico da Rio-2016

    RIO DE JANEIRO - O nítido mau humor que tomou conta do noticiário relacionado à Rio-2016 e contaminou as expectativas da população quanto aos Jogos, como mostrou o Datafolha, não é uma particularidade brasileira.
    Antes de cada Olimpíada, o cenário se repete: a conquista do direito de sediar acontece em meio a um otimismo irreal, inflado por interesses políticos e econômicos nem sempre confessáveis. Em seguida começam as obras e as críticas, da imprensa, dos cidadãos, da oposição política.

    É comum que as cidades-sede —mesmo as que entregam todas as obras antecipadamente— cheguem às vésperas dos Jogos cercadas de dúvidas e reclamações. Isso é o corolário inevitável do papel fiscalizador da imprensa, e não significa torcer contra. No caso nacional, as desconfianças foram acentuadas pelas crises política e econômica do Estado do Rio e do país.

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    A raiz do problema, no entanto, é que o modelo de Olimpíada que se fez até aqui, com cada nação tentando superar a antecessora em exibicionismo, provou-se furado —coisa que o próprio Comitê Olímpico Internacional foi forçado a reconhecer.

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