• Colunistas

    Thursday, 02-May-2024 06:41:49 -03
    Marco Aurélio Canônico

    Organizar Olimpíada dá prejuízo, menos para o COI

    25/08/2016 02h00

    Antonio Lacerda/Efe
    BRA05. RÍO DE JANEIRO (BRASIL), 22/01/2014.- El presidente del Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach (d), y el presidente del Comité Olímpico Brasileño (COB), Carlos Arthur Nuzman (i), visitan el Estadio Maracaná hoy, miércoles 22 de enero de 2014, en Río de Janeiro (Brasil). El Maracaná será sede para la ceremonia de apertura y de clausura de los Juegos Olímpicos de 2016. EFE/Antonio Lacerda ORG XMIT: BRA05
    O presidente do COI, Thomas Bach, e o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, visitam o Maracanã

    RIO DE JANEIRO - Durante a Copa-2014, um dos temas que fustigaram a Fifa foi a indignação popular com os lucros que a entidade teve (R$ 8,4 bilhões), enquanto os custos de organizar o evento (R$ 27,1 bilhões) ficaram todos com o Brasil.

    É difícil entender por que o Comitê Olímpico Internacional (COI), o equivalente da Fifa para a Olimpíada, vem sendo poupado de críticas semelhantes. Especialmente quando será necessário usar verba estatal para cobrir os gastos do Comitê Organizador da Rio-2016.

    Ele é uma empresa privada, com orçamento de R$ 9,1 bilhões que, em tese, seria todo privado: cerca de um quarto vem do COI e o resto, de patrocínios e ingressos.

    Além de bancar a existência do próprio comitê, esse dinheiro é usado para cobrir as despesas operacionais dos Jogos: transporte, hospedagem e alimentação das delegações, as festas de abertura e encerramento etc.

    Quando se candidatou a sediar os Jogos, o Rio concordou em cobrir os gastos do comitê caso ele não conseguisse fechar suas contas, o que já é um fato. Governo federal e prefeitura anunciaram que vão investir R$ 100 milhões e R$ 150 milhões, respectivamente, e parece improvável que a conta pare aí.

    Se não há nada ilegal em usar dinheiro público para arcar com as contas do comitê organizador enquanto o COI sai da festa com o bolso cheio, não dá para negar que é imoral —uma imoralidade com a conivência dos políticos.

    Pior ainda é a recusa do Comitê Rio-2016 em abrir suas contas, mesmo após o aporte estatal. Se é para gastar dinheiro público, vejamos como estão organizados os gastos. Afinal, uma empresa que sabe que terá ajuda governamental para pagar suas dívidas não tem exatamente grandes incentivos para ser o mais econômica possível.

    marco aurélio canônico

    Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
    Escreve às quintas.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024