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    Marco Aurélio Canônico

    A febre amarela volta ao Rio

    16/03/2017 02h00

    Alexandre Rezende/Folhapress
    PIEDADE DE CARATINGA, MG, 17.01.2017: FEBRE-AMARELA - Aplicação de vacina contra a febre amarela em posto de saúde de Piedade de Caratinga (MG). (Foto: Alexandre Rezende/Folhapress)
    Aplicação de vacina contra a febre amarela em posto de saúde de Piedade de Caratinga (MG)

    RIO DE JANEIRO - Era tudo de que o calamitoso sistema de saúde do Rio não precisava: o governo confirmou nesta quarta (15) os primeiros casos de febre amarela no Estado. Dois homens foram contaminados na zona rural do município de Casimiro de Abreu —um morreu no último sábado (11), o outro segue internado.

    Além disso, na capital fluminense, cinco macacos foram encontrados mortos, provavelmente pelo vírus, em bairros das zonas sul e norte. Numa história muito mal contada, as causas das mortes dos bichos ainda não foram oficialmente confirmadas pela Secretaria de Saúde, apesar de o terem sido pelo Instituto Evandro Chagas do Pará, referência nacional. A Fiocruz dará o veredito final.

    É claro que o Rio não seguiria por muito tempo sendo o único Estado do Sudeste a não registrar a volta da febre amarela. Após receber os resultados do instituto paraense sobre os macacos mortos, o governo estadual anunciou um plano para vacinar 12 milhões de pessoas até o fim do ano. Alguns especialistas consideram que a decisão já vem tarde —até o último fim de semana, a orientação era para que se vacinassem apenas moradores de áreas rurais próximas aos Estados afetados.

    A corrida aos postos de saúde, que já vinha aumentando desde que se noticiaram as mortes causadas pelo vírus em Minas Gerais, disparou a partir do anúncio do governo. Com a confirmação dos primeiros casos, o ritmo de procura vai se acelerar ainda mais, o que pode prejudicar as pessoas que mais precisam se vacinar. O pânico também pode se refletir numa inútil perseguição e matança de macacos.

    O importante agora é que haja uma bem coordenada campanha de informação e de vacinação para evitar a histeria coletiva. O sistema de saúde fluminense está falido e largamente inoperante, de modo que intervenção federal será necessária imediatamente.

    marco aurélio canônico

    Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
    Escreve às quintas.

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