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    Marco Aurélio Canônico

    Construção de museu em Copacabana encalha junto com o governo do Rio

    11/05/2017 02h00

    Ricardo Borges-12.jan.2016/Folhapress
    Rio de Janeiro, RJ,BRASIL, 12/01/2016; Fotos da fachada do MIS - Museu da Imagem e do Som, localizado na orla de Copacabana na zona sul do Rio. (Foto: Ricardo Borges/Folhapress. ) *** EXCLUSIVO FOLHA***
    Fachada do Museu da Imagem e do Som, localizado na orla de Copacabana, ainda em construção

    RIO DE JANEIRO - Uma característica peculiar da intensa fase de obras por que passou o Rio no período pré-olímpico foi o surto museológico. A cidade, que já tinha 131 museus, incluindo alguns dos mais importantes do país (e dezenas deles malcuidados), investiu cerca de R$ 400 milhões para erguer três novos.

    Os dois primeiros, MAR e Museu do Amanhã, já foram inaugurados, ainda que com atrasos. Mas o terceiro —o novo Museu da Imagem e do Som, na praia de Copacabana— está se tornando um projeto tão problemático quanto a malfadada Cidade das Artes, obra iniciada pelo então prefeito Cesar Maia em 2002 e só inaugurada uma década depois, com custos que saltaram para mais de R$ 500 milhões e motivaram um processo do Ministério Público.

    O novo MIS tem custo estimado em R$ 138 milhões —cerca de R$ 26 milhões do Estado, mais R$ 77 milhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o resto de patrocinadores. As obras começaram em 2011 e deveriam ter sido concluídas no fim de 2014, mas atrasaram porque ninguém conseguiu antever que erguer um prédio monumental em um terreno aterrado como é o da praia de Copacabana seria complexo.

    A inauguração foi então adiada para o fim de 2015, e nada. Foi prometida para antes da Rio-2016, e nada. Questionada sobre quando o museu abrirá, a secretaria de obras não respondeu. Além dos problemas com o terreno, houve outro com a construtora Rio Verde, responsável pela obra.

    Ela acusou o governo do Estado de não cumprir o ajuste contratual previsto e foi acusada por ele de descumprir prazos e cobrar por serviços não discriminados em contrato. A questão foi acertada judicialmente e uma nova licitação seria aberta.

    No ritmo atual e à luz do que a Lava Jato revelou sobre as obras no Rio, a nova sede do MIS ainda deve render más notícias aos cariocas.

    marco aurélio canônico

    Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
    Escreve às quintas.

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