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    Marco Aurélio Canônico

    Governo do Rio loteia a cultura e ataca a melhor rádio do Estado

    27/07/2017 02h00

    Fernando Quevedo-27.mai.2011/Agência O Globo
    RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 27-05-2011: Evento de reinauguração do Theatro Municipal. (Foto: Fernando Quevedo/Agência O Globo) *** DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM ***
    O Theatro Municipal do Rio de Janeiro

    RIO DE JANEIRO - Dada a crise generalizada em que os governos do PMDB colocaram o Rio, ninguém há de se surpreender ao saber que a cultura carioca também está em situação de penúria.

    O Theatro Municipal, que pertence ao Estado, vê seu corpo artístico e de funcionários ser esvaziado pelo atraso de salários. As exemplares bibliotecas parque, em áreas pobres, fecharam por falta de verba —mesmo motivo por que o parque Lage, polo de artes plásticas, está largado.

    Agora, não bastasse a falta de dinheiro, até o pouco que vinha funcionando a duras penas começa a ser vitimado pela outra crise, a política. Desde que assumiu a secretaria estadual de Cultura, o deputado André Lazaroni, ex-líder do PMDB na Câmara, começou a lotear os cargos entre aliados.

    Tal estratégia atingiu nesta semana uma das mais antigas rádios do país, a Roquette Pinto (83 anos), que passou a ser subordinada à secretaria depois que Lazaroni assumiu. Dona da melhor programação no dial carioca, por seu compromisso com a variedade e a qualidade, não com o jabá, a rádio perdeu nesta semana sua diretora, Eliana Caruso.

    Após oito anos no cargo, ela foi exonerada e substituída pelo radialista Fernando Ribeiro, vulgo Cabeção, candidato derrotado a vereador pelo PT. A mudança se alinha a nomeações que o secretário tem feito para abrigar outros derrotados, de municípios diferentes, pavimentando o caminho para sua campanha nas eleições de 2018.

    Lazaroni foi notícia nesta Folha pela última vez há um ano, quando o jornal descobriu que a prefeitura de Eduardo Paes (PMDB) contratara sem licitação duas empreiteiras de seu pai para concluir obras olímpicas em atraso.

    Seu comportamento à frente da pasta da Cultura do Rio é um presságio de tempos sombrios.

    marco aurélio canônico

    Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
    Escreve às quintas.

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