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    Mariana Lajolo

    Não dá mais para o comitê da Rio-2016 fugir das explicações

    04/08/2016 02h00 - Atualizado às 08h45

    "Me salva aqui". Foi esse o pedido do diretor-geral do comitê organizador da Rio-2016, Sidney Levy, ao chefe de comunicação da entidade quando se viu diante de jornalistas que queriam explicações sobre as críticas à organização do evento.

    Não eram da delegação da Austrália. Quem havia soltado o verbo eram os cartolas do COI (Comitê Olímpico Internacional). Problemas com trânsito, segurança, decoração e sinalização das instalações e finanças estão entre os setores considerados mais preocupantes.

    Um dirigente citou atletas esperando em longas filas. Esbravejou contra o trânsito e fez críticas à segurança.

    Levy, segundo homem na hierarquia, abaixo apenas de Carlos Arthur Nuzman, que também preside o COB, comentou sobre os gargalos da organização em relação a trânsito e segurança aos jornalistas.

    Quando o assunto foi finanças, disse laconicamente que imprevistos da última semana os levaram a excluir "coisas" para balancear o orçamento. Quando questionado sobre que coisas eram essas, foi embora, gritando pelo diretor de comunicação.

    A abertura da Olimpíada acontece na sexta (5) e ainda há muito a ser feito. O comitê, para piorar, diz que não tem mais dinheiro para resolver os problemas. Há uma tentativa, de última hora, de achar mais um patrocinador. Estatal.

    Não muito tempo atrás, o comitê da Rio-2016 repetia com orgulho que não iria usar a prerrogativa de pedir ajuda de verba pública para fechar as contas. Teria financiamento 100% privado. Dessa forma, também não foi alvo de controles de gastos.

    Mais tarde, acusou que a receita acumulada com fontes privadas não era a esperada e anunciou diversos cortes. A verba agora parece fazer falta. Levy não ficou para explicar como e porque isso aconteceu.

    A Olimpíada começa na sexta e a partir daí o comitê organizador terá de fazer entrevista coletivas diárias com a imprensa do mundo todo. Em Londres, dirigentes de alta patente davam as caras. Não dá para fugir.

    Mariana Lajolo

    Escreveu até setembro de 2016

    Foi repórter e editora-adjunta de "Esporte". Cobriu a Olimpíada de Pequim-2008 e de Londres-2012, os Jogos Pan-Americanos do Rio-2007 e Guadalajara-2011.

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