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    Mariliz Pereira Jorge

    Como conquistar o homem dos seus sonhos

    29/01/2015 08h47

    Se eu tivesse essa resposta, certamente seria milionária, moraria numa vila na Itália, plantaria girassóis no jardim e tomaria vinho nos finais de tarde. Mas estou aqui virando a noite, trabalhando pra pagar as compras que fiz num outlet, nesta viagem de trabalho.

    Entre um texto e outro, li sobre o lançamento de um livro que promete ensinar a 'agarrar o homem dos sonhos em 60 dias'. Basicamente, o escritor Blake Lavak diz que o segredo é transar no primeiro encontro, pagar o jantar e ligar no dia seguinte. Segundo ele, os tempos são outros, a liberação sexual aconteceu.

    Concordo com ele nesse sentido, de que os tempos mudaram, que a gente não tem que ficar passiva em uma relação ou em uma possível relação. Mas discordo totalmente sobre essa fórmula. Ela pode funcionar para algumas pessoas e ser uma tragédia para outras. E isso não tem nada a ver com o que os caras vão pensar. O que os caras vão pensar é problema deles. Estou falando do que a gente acaba se submetendo para fazer isso aí que o Blake fala: agarrar alguém.

    Ok, vamos ser sinceras, fazemos muitas merdas quando gostamos de um cara. Fazemos coisas que não faríamos se não estivéssemos carentes. Vestimos roupas que não tem nada a ver com a nossa personalidade para agradar alguém. Transamos quando nem estamos a fim porque todo mundo está transando. Ou não transamos porque alguma amiga disse que era melhor seguir a regra dos três encontros: não dar pro cara antes da terceira vez. Já fiz isso. Não deu certo, claro, porque não sou a menina que espera três encontros quando tem vontade que seja no primeiro.

    Então, um americano diz que todas as mulheres devem fazer a mesma coisa, como se as mulheres fossem todas iguais, como se as mulheres gostassem do mesmo tipo de cara.

    Eu recebo emails de mulheres, e de homens também, pedindo conselhos do que fazer em determinadas situações amorosas. Eu não sei. Na maioria das vezes não tenho ideia, simplesmente porque cada um reage de um jeito e cada um quer algo diferente da vida e de um relacionamento.

    A única coisa que serve para todos é uma dica que eu mesma levei um tempo para seguir. Não adianta a gente querer ser diferente do que somos para agradar ou 'agarrar' alguém, como o senhor Blake sugere. Se você é uma garota que não transa no primeiro encontro, não transe. Talvez uma ligadinha. Dividir a conta pode ser um bom começo.

    Se você gostou tanto dele e você resolveu ir aos finalmentes, vá. Sem medo, sem culpa, sem ficar pensando na regra dos três encontros. Assuma a responsabilidade do que você é e do tipo de pessoa que realmente quer ao seu lado.

    Quando a gente inventa um personagem, atrai qualquer tipo, tipos que podem ser muito diferentes do que idealizamos. Se você é a garota bem resolvida, que não vê problema em transar na primeira noite, imagino que não vá querer parecer diferente só para 'agarrar' um homem? Se você acha que sexo dá para esperar, muito obrigada, vai querer um cara que fica lhe pressionando e no fundo te acha careta e travada?

    Cada qual com seu cada qual. Se for para sair por aí fazendo das tripas para 'agarrar' o cara dos seus sonhos, comece ao menos não atraindo alguém que seja um pesadelo em sua vida e que um dia vai te olhar como se você fosse a abóbora e não a princesa. Porque um dia a gente cansa de usar a fantasia e quer voltar correndo a ser quem nós somos.

    mariliz pereira jorge

    É jornalista e roteirista.
    Escreve às quintas e sábados.

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