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    Mariliz Pereira Jorge

    Super Bowl entretém até quem não é fã de futebol americano

    04/02/2017 02h00

    Robert Hanashiro/USA Today Sports/Reuters
    Lady Gaga canta o hino antes do início do Super Bowl do ano passado
    Lady Gaga canta o hino antes do início do Super Bowl do ano passado

    O Super Bowl está para o esporte como o Carnaval está para a festa. Não há no mundo quem faça um espetáculo tão impressionante como a nossa farra momesca, mas em se tratando de evento esportivo ainda temos que comer muita grama para chegar aos pés dos americanos.

    Eles conseguiram fazer uma final de futebol americano que não é apenas um jogo, mas um evento plural, com esporte, música, comida. Por isso, tem a capacidade de entreter até quem não é fã da modalidade.

    Para se ter uma ideia, o domingo do Super Bowl é o segundo dia do ano em que mais se consome comida nos Estados Unidos, atrás apenas do feriado de Ação de Graças, uma das datas mais celebradas no país.

    Hoje, o Super Bowl é o evento esportivo mais valioso do mundo (US$ 630 milhões), na frente de Olimpíada (US$ 366) e Copa do Mundo (US$ 229), segundo levantamento da revista "Forbes". Passou a ser o mais assistido nos EUA e figura entre os mais vistos mundialmente.

    Os intervalos do jogo, ocupados originalmente por bandas marciais universitárias, são tão ou mais esperados do que a competição. A cada ano a expectativa só aumenta para saber quem estará no palco, que já teve Madonna, Rolling Stones, Prince, Michael Jackson. Este ano será Lady Gaga.

    Tudo é tão organizado -e explorado, para que ninguém mude de canal durante o intervalo para ver propaganda de TV. Isso mesmo. Os comerciais de 30 segundos, que custam US$ 5 milhões, tornaram-se atrações vistas, comentadas, compartilhadas. Foi no Super Bowl que a Apple anunciou o lançamento do Macintosh, em 1984, num comercial dirigido por Ridley Scott.

    Há dois anos, estava nos EUA, no dia de um Super Bowl. Ruas estavam vazias, enquanto havia fila na porta de restaurantes e bares. Os únicos dois que ainda aceitavam torcedores cobravam US$ 150 de consumação.

    Uma bagatela perto do que custa um ingresso, é verdade. Desisti e fui para a Bed, Bath & Beyond mais próxima e passei umas boas horas numa loja gigantesca, deserta, com um vendedor só para mim. O vazio da loja explica o sucesso do Super Bowl, que vale a pena acompanhar mesmo que pela TV.

    Não há nada parecido no Brasil, apenas os jogos da Copa, que acontecem de quatro em quatro anos.

    ERRAMOS

    Diferentemente do que informei nesta coluna na semana passada, o presidente da CBF Marco Polo Del Nero esteve no estádio do Engenhão no dia da homenagem feita ao time da Chapecoense. O UOL noticiou no dia da partida que Del Nero não compareceu ao evento realizado no gramado do Engenhão, onde foi feita uma homenagem aos jogadores, e eu repliquei a informação.

    Segundo a assessoria da CBF, Del Nero "recebeu os sobreviventes, famílias das vítimas, a delegação colombiana e outros convidados para assistir ao jogo na Tribuna da CBF".

    Peço desculpas aos leitores pelo erro e aproveito para atualizar minha crítica. Evitar ir ao gramado, como fizeram todas as autoridades na ocasião da homenagem feita no estádio Atanásio Girardot, na Colômbia, e receber convidados no aconchego do anonimato, longe do crivo dos torcedores, é uma ótima estratégia para passar despercebido.

    Del Nero não enfrenta o público com medo de vaia, assim como viagens internacionais com medo do xilindró. Fora, Del Nero.

    mariliz pereira jorge

    É jornalista e roteirista.
    Escreve às quintas e sábados.

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