Com a urbanização cada vez maior, as cidades têm que apontar para a sustentabilidade porque a gestão urbana tradicional não dá mais conta de atender ao crescimento e às necessidades. Daí a "cidade inteligente", que passa a adotar políticas arrojadas e inovadoras para melhorarem o presente dos cidadãos e garantirem o futuro. Creio que, nessa visão, as esferas sociais, econômicas, tecnológicas e ambientais são o eixo. E pensar o que não existe, o bem maior.

Forte investimento na inclusão social, boa governança, ajudada pela digitalização dos serviços públicos. Parcerias público privadas, diálogo constante com municípios vizinhos e com a população, assim como definição clara de prioridades e fiscalização de metas. Tudo isso poderá tirar São Paulo da 124ª vergonhosa posição, entre 181 cidades do mundo, em levantamento do instituto da Universidade de Navarra, na Espanha, que mede indicadores de desenvolvimento, divulgado em maio último.

Com menos enchentes e incêndios, menos multas e "pegadinhas", mais terminais e corredores de ônibus, mais iluminação a LED, uma Guarda Civil Metropolitana melhor preparada, mais investimento na qualificação e na carreira do professor, na construção de novos CEUs e a recuperação do padrão original dos existentes, a revitalização dos inúmeros centros esportivos da cidade, a digitalização da saúde para dar o salto necessário no atendimento, assim como a gestão inteligente do tráfego (por que os faróis não funcionam e radares sim?), as ações efetivas no meio ambiente e, principalmente, o cuidadoso planejamento estratégico conseguiremos viver numa cidade mais humana.

Para coroamento, muita atenção ao esporte e ao primeiro emprego da juventude, ao idoso e sua saúde e seu lazer e à cultura, mãe de tudo, para termos uma cidade de qualidade.

São Paulo é enorme. Lembro, quando prefeita, ao querer transmitir ao visitante os gigantescos desafios da nossa capital, fazia um sobrevoo na cidade. Os CEUs, no meio da pobreza, ainda são verdadeiros oásis de beleza, mostrando que ousar é necessário.

A transferência do Ceagesp para perto do Rodoanel possibilitará que a cobiçada área se torne um marco de planejamento inovador e referência moderna para a cidade que queremos.

Há uma série de questões que precisamos enfrentar para superar os entraves ao desenvolvimento rumo à São Paulo do século 21: inteligente, conectada e funcional.

Coragem para inovar, ousadia e competência para fazer, cuidado com os mais carentes, investimento na educação e diálogo e respeito com a população nos levarão para uma São Paulo inteligente e humana.