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    Maurício Meireles

    Ricardo Ferraço deve deixar relatoria da lei do preço fixo

    06/02/2016 02h00

    Em vez de pular o Carnaval, o senador Ricardo Ferraço (sem partido) diz que vai usar o feriado "para pensar". Mas já é dado como certo por pessoas ligadas ao mercado editorial que ele, até aqui um dos principais interlocutores de editoras e livrarias em Brasília, vai deixar a relatoria do projeto de lei do preço fixo do livro (49/2015), que está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. De autoria da deputada Fátima Bezerra (PT-RN), o projeto determina que livrarias podem dar descontos de no máximo 10% até um ano após o lançamento de um título. Ferraço diz ter ficado dividido ao ser relator das mudanças no Código do Consumidor, em 2015, e acabou envolvido com "questões de interesse da livre concorrência". "O preço fixo me causa espanto como consumidor. Se eu posso comprar mais barato, por que eu vou pagar mais caro?", questiona. No núcleo duro da campanha pelo impeachment de Dilma, ele entende que o projeto exigiria muito comprometimento -mas deve tomar a decisão depois do Carnaval.

    ESTE ANO NÃO VAI SER IGUAL ÀQUELE...
    Não vai acabar em cinzas a Leonardo Da Vinci, famosa livraria frequentada por Drummond e Manuel Bandeira, que no fim do ano passado causou comoção ao anunciar o seu fechamento.

    Tão logo terminem os festejos do Rei Momo, a livraria no centro do Rio de Janeiro vai entrar em obras -para ser reaberta em meados de março, agora com os novos donos, um grupo de livreiros independentes cuja identidade é mantida em segredo.

    Milena Duchiade, filha de Andrei Duchiade, imigrante romeno que fundou o empreendimento, agora procura o que fazer com o valioso acervo, famoso pela obras importadas. São 15 mil livros só na livraria, além do que está guardado em um sítio da família.

    Os funcionários da Da Vinci estão de aviso prévio e não vão continuar na empresa.

    Divulgação
    Com Mário de Andrade agora em domínio público, a Peirópolis lança uma adaptação em HQ de 'Macunaíma', assinada por Angelo Abu e Dan X

    EVOÉ, MANOEL DE BARROS
    Se Manoel de Barros era o grande poeta das coisas pequenas, não há homenagem mais justa. A Acadêmicos do Sossego, escola de samba da terceira divisão do Carnaval carioca, vai homenagear o centenário do autor, morto em novembro de 2014, aos 97.

    O samba-enredo da agremiação chamou a atenção dos entendidos da folia, porque não tem refrão ou rimas -em referência aos versos brancos do poeta ("O menino faz o pantanal amanhecer/ A brisa abençoou/ A revoada dos pássaros vem perfumada de sol/ Anuncia o circo da natureza/ O coaxar da banda traz os compassos do chão").

    Intitulado "O Circo do Menino Passarinho", o samba é de Felipe Filósofo, Sérgio Joca, Ademir Ribeiro, Fábio Borges, Fábio Silva Personal e Bertol.

    Turma do funil É para mexer com as papilas gustativas do leitor. A editora Rio de Letras prepara o livro "Larica Paulistana", com crônicas sobre comidas típicas da cidade, como coxinha, x-salada, jurupinga e mexidão. Entre os cronistas confirmados estão Lia Bock, Lucas Lanssen e Júlio Bernardo, entre outros.

    Turma do funil 2 Aliás, será lançado no dia 27/2, na Biblioteca Mário de Andrade, no evento Invasão Carioca, o "Larica Carioca", primeiro da série. Haverá comidinhas, "grafitaço" e batalha de rimas. A Rio de Letras prepara ainda uma edição lisboeta, organizada pelo escritor José Manuel Diogo.

    Dá um dinheiro aí Para quem não quer só comida, mas dinheiro no bolso, o Prêmio Leya neste ano quer mais autores brasileiros concorrendo. O troféu português, com inscrições abertas até 31 de maio, paga 100 mil euros (R$ 435 mil) -mais que o Oceanos, que premia o grande vencedor com R$ 100 mil. Só podem concorrer romances inéditos.

    Na minha ilha Cuba vai lançar a autobiografia do poeta-escravo cubano Jean Francisco Manzano, organizada e anotada pelo escritor brasileiro Alex Castro. A edição tem fac-símiles do manuscrito original, introdução de Castro e será lançada na Feira de Havana, que começa dia 11/2.

    painel das letras

    por Maurício Meireles

    painel das letras

    Maurício Meireles é jornalista especializado na cobertura de literatura, mercado editorial e políticas de livro e leitura. Escreve aos sábados.

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