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    Maurício Meireles

    Pesquisador encontra seis poemas inéditos de Murilo Mendes

    20/02/2016 02h00

    Reprodução
    Poema inédito de Murilo Mendes, "A Morte da Puta", de 1930

    Um poeta católico envia um poema sobre a morte de uma prostituta para um influente crítico católico publicar em uma revista literária católica -e é rejeitado, claro. O poeta é Murilo Mendes; o poema, inédito, "A Morte da Puta"; o crítico, Alceu Amoroso Lima; e a revista, a "Ordem", editada pelo intelectual. O texto faz parte de um grupo de seis poesias inéditas de Murilo Mendes, encontradas pelo pesquisador Leandro Garcia em cartas do autor enviadas a Amoroso Lima, então editor da "Ordem".

    O pesquisador está organizando a correspondência da dupla (só do poeta para o crítico, são 46 cartas). E nem tudo é gracinha, claro. A documentação registra as discussões existenciais entre Amoroso Lima e Murilo Mendes, inclusive a conversão deste depois da morte de Ismael Nery, seu amigo. Leandro Garcia viaja agora em março para a Itália, para consultar os papéis de Mendes guardados na Universidade de Roma, e Portugal, para ver os papéis que ainda estão em poder dos herdeiros.

    SOB O SIGNO DE CÂNCER
    Por muito tempo considerado impossível de ser biografado, por conta da oposição de suas filhas, Guimarães Rosa vai ganhar sua primeira biografia. O projeto, ainda sem editora, é tocado desde 2013 pelo jornalista e professor da UnB (Universidade de Brasília) Gustavo de Castro.

    "Não queria tornar isso público antes da decisão do Supremo Tribunal Federal [de liberar as biografias não autorizadas]", diz Castro.

    O pesquisador já traduziu um mapa astral encomendado por Rosa em 1938 a um astrólogo alemão (o autor era de câncer com ascendente em gêmeos). Segundo Castro, o mapa ainda fazia a previsão de que Rosa se casaria de novo, o que de fato aconteceu em 1942.

    Divulgação
    Projeto de igreja em Araruama (RJ) feito por Carlos Leão, arquiteto cuja obra é perpassada em livro da Bazar do Tempo, com prefácio de Lucio Costa

    ALÉM-MAR
    O Prêmio Oceanos recebeu, na quinta (18), autorização para captar R$ 1,9 milhão, via Lei Rouanet, para sua edição de 2016.

    Neste ano, o Oceanos vai premiar livros publicado em qualquer país de língua portuguesa -antes, só abarcava livros editados no Brasil. Com a ambição de se internacionalizar, o troféu vai contar com quatro curadores, além de Selma Caetano, coordenadora do prêmio desde sua origem. Luiz Ruffato será o curador de literatura brasileira; o angolano Ondjaki, de literatura africana; e o crítico literário português Abel Barros Baptista, de literatura lusitana.

    A equipe do Oceanos deve ir a Portugal divulgar o prêmio em universidades e editoras.

    Cordel O Iphan deve registrar a literatura de cordel como patrimônio imaterial. Já estão em curso as pesquisas pelo país necessárias para o registro. Uma reunião com cordelistas de São Paulo, para tratar do tema, acontece 25 e 26/2, na Funarte e na USP, respectivamente.

    Anti-nazismo A editora Unesp lança, em março, "A Assimetria e a Vida: Artigos e Ensaios - 1955-1987", de Primo Levi. Além do nazismo, os artigos tratam de temas históricos, científicos e literários.

    Troféu O Prêmio Sesc 2016 teve 1.503 livros inscritos, dos quais 709 contos e 794 romances. A proporção de homens e mulheres se manteve mais ao menos a mesma do ano anterior: eles são 1.015; elas, 488. São Paulo lidera as inscrições, com 469 obras

    painel das letras

    por Maurício Meireles

    painel das letras

    Maurício Meireles é jornalista especializado na cobertura de literatura, mercado editorial e políticas de livro e leitura. Escreve aos sábados.

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