Acervo pessoal
	Rascunho do artista Jayme Leão, capista da famosa Coleção Vaga-lume

Mais livros da Coleção Vaga-Lume se preparam para chegar ao cinema. O produtor Rodrigo Teixeira, da RT Features, acaba de comprar os direitos de três volumes da coleção da editora Ática. Os títulos são "Um Cadáver Ouve Rádio", "O Mistério do Cinco Estrelas" e "O Rapto do Garoto de Ouro", todos escritos por Marcos Rey. O argumento para cada filme vai ser assinado pelo escritor carioca Raphael Montes, e o roteiro, por André Sirangelo. A ideia é já filmar os longas-metragens ano que vem. Por coincidência, ao mesmo tempo Lídice Leão, filha mais velha de Jayme Leão, artista que fazia as capas da coleção, começou a revirar o baú que o pai deixou depois de morrer, há dois anos. Entre os papéis encontrados, está o rascunho acima, de um livro de História da Ática. Lídice prepara um livro, ainda sem editora, sobre a obra do pai. Além da Vaga-Lume, Jayme também desenhou para campanhas publicitárias, para a imprensa tradicional e para veículos alternativos.

Feminismo de portas fechadas

A Biblioteca Cora Coralina, anunciada em junho de 2015 pela prefeitura como "a primeira biblioteca feminista" da cidade, por conta de uma sala dedicada ao tema, está fechada há cinco meses.

Uma ventania danificou o telhado em novembro do ano passado, e água passou a se acumular na laje. A coluna apurou com funcionários que, para não prejudicar a estrutura, buracos foram abertos para a água escoar. O resultado é que, quando chove, a água cai dentro da biblioteca. Uma funcionária disse à coluna que é preciso retirá-la com rodos.

Livros e equipamentos estão a salvo, mas a equipe diz que as portas do banheiro incharam com a umidade.

A prefeitura diz que um contrato de urgência foi assinado com uma construtora, no valor de R$ 292 mil, e que as obras devem começar nos próximos dias. A ideia é reabrir a biblioteca em até três meses.

	Divulgação
	hq O Homem-Aranha no livro "Words for Pictures" (WMF Martins Fontes), no qual Brian Michael Bendis ensina técnicas para aspirantes ao mundo dos quadrinhos

Todo Chacal

Órfão de editora desde o fim da Cosac Naify, Chacal já tem nova casa. O autor terá sua poesia completa publicada ainda este ano pela editora 34. Ele é um dos nomes que foram para a casa paulistana quando Milton Ohata assumiu o posto de editor.

A última grande reunião de escritos do poeta havia sido feita pela Cosac, em 2007. A edição da 34 vai somar uma série de inéditos em livro chamada "Alô Poeta"–que Chacal costuma postar no Facebook para "testar" a reação dos leitores.

Também entra uma série de 16 poemas lançados em edição limitada de 50 exemplares pelo selo Megamíni, agora disponíveis a um público maior. O lançamento será na Flip.

Pastel de Belém A Companhia das Letras e a Agência Riff venderam os direitos de "Malala, a Menina que Queria Ir para a Escola", de Adriana Carranca, para Penguin Random House portuguesa. Lançado em 2015, o livro vendeu mais de 40 mil exemplares aqui na ex-colônia.

Aaaaah! Um personagem que é filho de um psiquiatra, mora num manicômio com os pais e só consegue dormir com os gritos dos pacientes. É essa a história de "Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi", do alemão Joachim Meyerhoff, que a Valentina lança em maio.

Rápido A Record corre para lançar "Que Você É Esse?", de Antonio Risério, para aproveitar a visibilidade do livro depois do atrito entre o autor e a editora 34. A obra já tem até capa, feita por Leonardo Iaccarino.

Oficial Línguas estrangeiras agora vão roçar a língua de Camões, como diria Caetano. Depois de negociação da Câmara Brasileira do Livro, o português acaba de ser alçado a uma das línguas oficiais da International Publishers Association.

painel das letras

por Maurício Meireles

Maurício Meireles é jornalista especializado na cobertura de literatura, mercado editorial e políticas de livro e leitura. Escreve aos sábados.