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    Maurício Meireles

    Obra de Hilda Hilst deixa a Globo e vai para a Companhia das Letras

    23/07/2016 02h00

    Em 1994, Hilda Hilst contou em uma entrevista que enviaria um telegrama para Luiz Schwarcz, da Companhia das Letras: "Ó poderoso, esquece rusgas e tretas, edita-me!, pois traças e cupins somam-se por livros e a mim, snif snif. Ó, sede generoso, publica-me para o teu e meu gozo/ beijos/ fofo/ liga-me".

    Mais de 20 anos depois, não é que Hilda conseguiu o que queria? A obra da autora acaba de ser comprada pela Companhia das Letras, deixando a Globo Livros, onde estava desde 2001.

    Quatro editoras chegaram a fazer propostas para levar a obra, embora não tenha havido um leilão pelos direitos. A Companhia das Letras já começa a editá-la ano que vem, com um volume de sua poesia completa, e alguns títulos serão destacados para sair pela coleção Poesia de Bolso. Em 2018, será a vez da prosa completa da escritora.

    Por contrato, a casa também se comprometeu a publicar três antologias nos moldes de "Pornô Chic", da Globo Livros, mas ainda estuda como elas serão feitas. Também está prevista a adaptação de alguma obra de Hilda para quadrinhos.

    Tudo deve ser acompanhado de nova fortuna crítica.

    Divulgação
    Ilustração de Mitos gregos: histórias extraordinárias de heróis, deuses e monstros para jovens leitores, de Nathaniel Hawthorne. Crédito: Divulgação ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Hérculos e Atlas, em desenho de Walter Crane, no livro 'Mitos Gregos' (Zahar), de Nathaniel Hawthorne

    Novo código

    "O Código da Vinci", de Dan Brown, emagreceu. Começa a sair pelo mundo uma versão adaptada para jovens do livro, famoso pela teoria de que Jesus na verdade era casado com Maria Madalena.

    No Brasil, quem lança é a Sextante, em outubro. É um título ligado à história da editora, que comprou a versão original quando Dan Brown ainda não era tudo isso.

    A tiragem será de 30 mil, "por superstição", diz Marcos Pereira, diretor da Sextante -o mesmo número de exemplares do livro original. A adaptação ainda traz imagens, para o leitor poder entender melhor as referências às obras de arte citadas.

    Dança das cadeiras Voltando ao assunto Companhia das Letras, os editores Leandro Sarmatz e Sofia Mariutti deixam a editora paulistana. Com um rearranjo no departamento editorial, a casa acaba de contratar a poeta Alice Sant'Anna, que estava no Instituto Moreira Salles, e realocar Rita Mattar, que era do departamento de direitos autorais.

    Racismo A cineasta e ativista Yasmin Thayná lança seu primeiro livro, "Cartas ao Meu Pai Branco", pela Babilônia Cultura Editorial. Em missivas, ela narra situações machistas e racistas que sofreu no Rio de Janeiro —inclusive o dia em que tentaram atear fogo ao seu cabelo em um ônibus.

    painel das letras

    por Maurício Meireles

    painel das letras

    Maurício Meireles é jornalista especializado na cobertura de literatura, mercado editorial e políticas de livro e leitura. Escreve aos sábados.

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