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    Maurício Meireles

    Relatórios mostram censura lusitana a livros brasileiros

    10/09/2016 02h00

    A pesquisadora portuguesa Ana Bárbara Pedrosa tem esbarrado, no seu trabalho sobre a censura a autores no Estado Novo lusitano, em relatórios dos censores do país sobre obras brasileiras. Alguns resultados chegam a ser engraçados.

    Um dos documentos encontrados, por exemplo, descreve "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de Jorge Amado, como um romance de "índole muito maliciosa", com cenas "pouco edificantes". Ainda assim o censor gostou do livro ("As brejeirices forçam-nos a uma certa condescendência") e autorizou a publicação.

    Já com "O Casamento", de Nelson Rodrigues, a censura não foi tão gentil: "É um livro imoral, obsceno, cheio de degradações, onde o respeito e a dignidade humanas são apresentados num nível miserável".

    Os papéis foram localizados no arquivo da Torre do Tombo, em Lisboa. "Muito raramente aparece um comentário literário [dos censores]. É uma patrulha moral e política. A proibição é quase sempre por questões sexuais, um ou outro mais por motivos políticos", diz Pedrosa.

    Presidente

    Reprodução
    Machado de Assis presidindo sessão da Academia Brasileira de Letras em 1909 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Sessão da Academia Brasileira de Letras em 1905

    Mal dá para ver, mas o espectro entre dois homens, na mesa à esquerda da foto, é Machado de Assis. É a primeira imagem que se tem notícia do Bruxo do Cosme Velho presidindo uma sessão da Academia Brasileira de Letras, publicada na revista "Leitura para Todos", em 1905.

    A foto foi encontrada pelo pesquisador independente Felipe Rissato, o mesmo que, em junho, revelou uma crônica desconhecida em que o autor chora a morte da mãe. Só é possível ter certeza que se trata de Machado pelo texto que acompanha a imagem. A fotografia é da sessão da ABL que, naquele ano, elegeu o escritor Mário de Alencar como imortal.

    Ovos A editora LeYa e o site Omelete, voltado à cultura pop, fecharam parceria para criar um selo editorial. Já foram escolhidos 33 livros de ficção e fantasia para serem publicados. A ideia é chegar a 50 títulos com o selo LeYa/Omelete, escolhidos por um comitê de membros da editora e do portal.

    Gracinha Acontece, até dia 30 de setembro, o Festi Li, festival literário na Escola Gracinha (Nossa Senhora das Graças), com curadoria de Marta Garcia e Paula Parisi. Com debates entres autores e exibição de filmes, passarão pelo evento nomes como Milton Hatoum, Luiz Ruffato, Reinaldo Moraes, Antonio Prata, entre outros.

    painel das letras

    por Maurício Meireles

    painel das letras

    Maurício Meireles é jornalista especializado na cobertura de literatura, mercado editorial e políticas de livro e leitura. Escreve aos sábados.

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