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    Mercado Aberto

    'Maior mudança da última década no país foi no mercado de trabalho', diz Barros

    01/05/2013 03h00

    "A maior transformação brasileira da última década foi a ocorrida no mercado de trabalho. Não conheço uma 'mudança no padrão salarial' em qualquer país emergente que chegue perto do que observamos no Brasil".

    A afirmação é de Octavio de Barros, diretor do departamento de estudos econômicos do banco Bradesco.

    A formalização do mercado de trabalho foi de 59,7% do total de ocupados em 2004 para 72% em fevereiro deste ano, conforme o IBGE.

    "Devemos considerar formais os trabalhadores por conta própria que recolhem rigorosamente o INSS. Além dos militares e servidores públicos, que são mais do que formais e frequentemente não entram nas estatísticas."

    Para o economista, as razões são essencialmente demográficas, mas não são as únicas. A oferta de mão de obra cresce sistematicamente abaixo da demanda.

    O número de pessoas entre 18 e 24 anos cai no país e esses jovens têm permanecido mais tempo na escola.

    "Isso é ótimo, mas o fluxo de entrantes está em queda."

    O crescimento demográfico brasileiro aproxima-se do patamar de países ricos.

    "A produtividade do trabalho aumentou muito no Brasil, ou as pressões inflacionárias seriam muito maiores. Mas dificilmente cresceu no mesmo ritmo dos salários." Ao afirmar que só um forte incremento de produtividade fará o país voltar a ser competitivo, Barros sugere elevar o número de trabalhadores imigrantes ou o de mulheres no mercado de trabalho.

    "É muito abaixo do de países maduros. Possivelmente porque faltam creches e escolas de período integral."

    Editoria de Arte/Folhapress
    Sérgio Lima/Folhapress
    Octavio de Barros, diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos do banco
    Octavio de Barros, diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos do banco

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    Desembarque norueguês

    A norueguesa de tecnologia Cxense, que se prepara para abrir capital na Europa no final deste ano, tem planos para o Brasil depois que finalizar a transação.

    Especializada em plataforma de computação com capacidade de reunir grande quantidade de dados usados para a personalização de serviços na internet, a companhia pretende inaugurar seu primeiro escritório no país.

    A ideia é expandir a atuação em toda a América Latina, mas o Brasil é o principal mercado, de acordo com o diretor-geral brasileiro Geraldo Maroniene, responsável pela região.

    "O faturamento já é maior na América Latina do que nos Estados Unidos e a região deve passar a representar 20% das nossas receitas mundiais", afirma.

    "Já temos alguns clientes no país, mas agora vamos ampliar a presença com contratação de pessoal e investimento", acrescenta.

    A decisão demorou para sair, ainda segundo o executivo, por causa da burocracia brasileira.

    "Na Austrália, abrimos uma unidade em horas. No Brasil, são vários encargos, advogados e precisa sempre ter um sócio brasileiro. Encarece mais de três vezes na comparação com Cingapura, por exemplo."

    Joana Cunha/Folhapress
    Geraldo Maroniene, da empresa de tecnologia
    Geraldo Maroniene, da empresa de tecnologia

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    Celular amazônico

    Seis meses depois de entrar no mercado de telefonia móvel, a Positivo Informática deve investir US$ 33 milhões (aproximadamente R$ 66 milhões) para começar a produzir celulares no Brasil.

    O projeto para o investimento foi aprovado ontem pelo conselho de administração da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Com o sinal verde, a empresa pode produzir com incentivos fiscais.

    Hoje, smartphones da marca vendidos em lojas brasileiras são importados.

    A empresa diz que não pode informar detalhes do projeto porque está em período de silêncio.

    Afirma apenas que tem a intenção de iniciar a produção em território nacional num futuro próximo.

    A Positivo Informática, mais conhecida por computadores de mesa e laptops, lançou no ano passado três modelos de smartphones e dois "messaging phones", com a estratégia de diversificar o faturamento.

    A receita líquida da empresa foi de R$ 2,19 bilhões no ano passado.

    R$ 29,8 milhões foi o lucro líquido da empresa em 2012

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    Renda em micro e pequena empresa de SP sobe 8% em 2012

    O rendimento de quem trabalha em micro e pequenas empresas paulistas cresceu 8% em 2012, em relação com o ano anterior.

    Editoria de arte/Folhapress

    O aumento foi mais expressivo do que o PIB (Produto Interno Bruto) nacional no ano passado, de 0,9%, conforme pesquisa do Sebrae-SP.

    O resultado também é significativo porque, em anos anteriores, o crescimento nos últimos anos foi mais tímido ou nem ocorreu. Em 2011, a variação foi de -0,1%.

    O cenário positivo pode ser explicado pelo aumento do consumo interno em 2012, segundo o consultor Pedro Gonçalves, do Sebrae-SP.

    A maioria das micro e pequenas empresas está no setor de comércio e serviços. Com faturamento maior, essas empresas puderam pagar melhores salários.

    Cada empregado recebeu, em média, R$ 1.271,17 mensais no ano passado.

    Houve também crescimento no valor da folha de salários: 10,6% de 2011 a 2012, o que equivale a R$ 7,3 bilhões a mais entre um ano e outro.

    O Estado tem mais de 1,5 milhão de empresas com esse perfil. Desse total, cerca de 2.700 fizeram parte da amostragem do levantamento.

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    Flores e tecnologia

    O Carrefour encomendou mais de 500 mil flores de cem espécies para o Dia das Mães deste ano. Cerca de 80% delas vêm do interior de SP.

    O Extra e o Pão de Açúcar esperam crescimento de 15% nas vendas do mesmo produto. Mais de 120 mil unidades estarão nas gôndolas.

    No Walmart, a expectativa é faturar 20% a mais com as flores neste ano.

    Tablets e smartphones também devem ter boa saída. O Extra espera faturar 200% a mais com tablets, e o Walmart, 100% com smartphones.

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    Sala... O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, diretores de hospitais, empresários e médicos estão em Israel para uma missão organizada pela Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria.

    ...médica Um dos objetivos da viagem é que os brasileiros obtenham informações sobre o atendimento de pacientes em casos graves, como em atentados, e os avanços para o tratamento do câncer.

    com LUCIANA DYNIEWICZ, RONALDO PASCHOALINO e JOANA CUNHA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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