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    Mercado Aberto

    Cresce presença de brasileiras no mercado de licenciamento

    15/05/2013 03h00

    A internet e a lei que exige conteúdo nacional nos canais pagos de TV estão alavancando a participação -ainda tímida- das marcas brasileiras no setor de licenciamento, de acordo com a Abral (associação do setor).

    Das 600 marcas e personagens exploradas no país hoje, 25% são nacionais. "Esse número deve chegar a 30% em um ano", diz Marici Ferreira, presidente da entidade.

    Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

    A Galinha Pintadinha, fenômeno entre crianças que surgiu no You Tube, é o principal exemplo dessa proliferação brasileira.

    "Antes só uma empresa grande, como a Disney, [conseguia comercializar suas marcas com terceiros]", diz David Diesendruck, diretor da Redibra, proprietária da Galinha Pintadinha.

    "Agora, qualquer pessoa disponibiliza conteúdo on-line e abre oportunidade para vender outros produtos."

    Em relação à lei de conteúdo nacional, Diesendruck é cauteloso: "No médio prazo, deve ajudar as brasileiras".

    Ferreira é mais otimista. "Ela incentiva a criação de desenhos brasileiros [a serem explorados]", afirma.

    A Supermarcas, responsável pelo licenciamento no Brasil de grifes como BMW e Ray Charles, fechou com a Warner Music para trabalhar nomes de cantores nacionais.

    "Hoje, 90% das nossas marcas são internacionais. Em três anos, 30% devem ser brasileiras", diz Moacir Galbinski, presidente da empresa.

    "Também há espaço no país para licenciar extensões de marcas. Uma empresa de jeans, por exemplo, que cria uma linha de cosméticos."

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    Lentes ampliadas

    Depois de vender as Óticas Carol por R$ 108 milhões, o empresário Marcos Amaro, filho do comandante Rolim, fundador da TAM, ampliou o trabalho de marketing esportivo que já desenvolvia e investiu em comunicação.

    Amaro e três sócios, o piloto Lucas di Grassi, o ex-piloto Mario Moraes e o publicitário Henry Guedes, todos na faixa entre 23 e 28 anos, uniram a One International Sport Business à agência Manga, de Marcio Flores, 33.

    A fusão deu origem ao Grupo M, com foco em três braços principais: esportes, saúde e Nordeste, onde a Manga tem um escritório.

    "Começamos a atuar com empresas de grande porte e esperamos ganhar um mercado que está aquecido", diz Grassi que ingressou na área de marketing para administrar a sua carreira.

    O grupo herda 15 grandes clientes e tem como um dos focos investir em eventos próprios, como as provas de triatlo TriStar, já realizadas pela extinta One.

    Não houve compra no negócio, apenas troca de ações, diz Amaro. O valor resultante da venda das óticas continua bem guardado.

    "Venho procurando diversificar, investir em comunicação em sentido mais amplo, aproveitando o crescimento, principalmente no Nordeste", afirma.

    "Estou ainda mais cauteloso para investir em qualquer coisa", relata ele.

    "Há oportunidades, mas vivemos um momento um pouco difícil no país. Está tudo muito caro, a começar do custo de vida. Falta de investimentos em infraestrutura", acrescenta o jovem empresário.

    Zé Carlos Barreta/Folhapress
    Da esq. para dir., Marcos Amaro, Lucas di Grassi, Henry Guedes e Marcio Flores
    Da esq. para dir., Marcos Amaro, Lucas di Grassi, Henry Guedes e Marcio Flores

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    Peça única
    Ex-CEO do Groupon no Brasil, Benjamin Gleason, norte-americano que já é sócio de duas empresas de internet no Brasil, vai produzir no país o "jumpsuit", um macacão de zíper e capuz que surgiu na Suécia.

    Com um outro ex-executivo da companhia de e-commerce, o sueco Jacob Sandberg, e o brasileiro Thiago Alvarez, Gleason lança a Onewix, que fará vendas on-line.

    "Virou bastante moda no exterior, e já lançamos na Colômbia", diz Gleason, que estudou em Wharton (EUA) e trabalhou na filial brasileira da McKinsey.

    "É uma peça muito confortável para ficar em casa, mas artistas estrangeiros começaram a usar para discotecas", afirma.

    Três confecções farão as peças no Brasil, com os detalhes originais dos modelos, que podem ser bermudas e vestidos, mas são sempre variações de peças inteiriças, com capuz.

    Em algodão e lycra, os "jumpsuits" custarão no país entre R$ 300 e R$ 350.

    "Já temos 400 macacões prontos em estoque. Não imaginei que fosse tão difícil produzir no Brasil", conta Gleason, que vive há cinco anos no país.

    Fabio Braga/Folhapress
    O empreendedor Benjamin Gleason
    O empreendedor Benjamin Gleason

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    Turismo de evento

    Os mais de 145 mil participantes dos eventos internacionais realizados no país em 2012 gastaram R$ 563 milhões com hotel, alimentação, lazer e compras, de acordo com dados da Embratur.

    No ano passado, o Brasil sediou 360 eventos -alta de 18,4% ante 2011.

    O crescimento foi superior ao registrado na Itália, na França, na Alemanha e no Reino Unido.

    As cidades com maior expansão na procura foram Bento Gonçalves (150%), Belo Horizonte (117%) e Foz do Iguaçu (100%).

    Em São Paulo, a elevação foi de 29%. No Rio, de 20%.

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    Caminho... A indústria de alimentos definiu três caminhos para recuperar, até 2015, 20% das 55 mil toneladas de resíduos sólidos recicláveis descartados diariamente.

    ...alternativo Em evento da Abia (associação do setor), 33 empresas decidiram criar pontos de entrega, projetos de educação ambiental e apoios a cooperativas de reciclagem.

    Erro... Uma audiência pública hoje na Câmara dos Deputados vai discutir a devolução dos R$ 7 bilhões cobrados a mais em contas de luz.

    ...caro A distorção foi causada por um erro de cálculo no contrato de concessão de distribuidoras, em 1997. A falha já foi corrigida.

    Com LUCIANA DYNIEWICZ, RONALDO PASCHOALINO e FELIPE LUCHETE

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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