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    Infraero terá de ampliar corte de funcionários

    22/10/2013 03h00

    A saída de mais três aeroportos da rede da Infraero a partir de 2014 obrigará a estatal a fazer uma reestruturação profunda, ampliando corte de funcionários e despesas.

    O Plano de Reestruturação, ao qual a Folha teve acesso, fará com que o número de servidores a deixar a companhia passe dos 2.900 programados inicialmente para 3.800. As nove superintendências regionais serão extintas.

    O plano, além de preparar a empresa para um novo cenário da aviação civil, também tem o intuito de deixar a companhia pronta para uma futura abertura de capital.

    A reestruturação foi forçada por dois movimentos. O primeiro foi a frustração na expectativa do número de trabalhadores que deixariam a empresa com a concessão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília.

    Dos 2.500 servidores dessas unidades, 1.800 decidiram ficar na Infraero, quando a expectativa era que apenas mil continuassem. As despesas se mantiveram em nível elevado.

    Isso vai levar a estatal a ter prejuízo contábil. O lucro operacional, que em 2012 foi de R$ 396 milhões, cairá para menos de R$ 80 milhões.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O dinheiro para as obras previstas, contudo, está garantido porque são recursos do Tesouro Nacional.

    O outro fator que forçou a reestruturação foi a confirmação da concessão de Galeão (RJ) e Confins (MG), que passarão a ser administrados pela iniciativa privada em 2014. Eles se juntarão a outro aeroporto, em Natal (RN), que já foi concedido em 2010.

    Sem essas seis unidades, a estatal perderá 52% das receitas. As despesas, por outro lado, encolherão 33%. Isso ocorre porque esses eram os aeroportos mais lucrativos.

    Considerando a experiência, o governo espera baixo interesse dos 1.300 funcionários de Galeão e Confins em deixar a estatal e passarem a ser funcionários do administrador privado. Por isso, a meta do plano de demissão voluntária terá de ser ampliada.

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    Outras receitas

    Além dos cortes, a estatal começa a trabalhar num plano de aumento de receita.

    A ideia por trás do fim das superintendências é tornar cada um dos 60 aeroportos em unidades autônomas para que possam gerar mais caixa. O aumento de recursos virá principalmente da venda de espaços comercias e do transporte de carga.

    A estatal quer aplicar na rede a expertise que começou a ganhar com o trabalho nos primeiros aeroportos privatizados, nos quais o modelo de negócio é baseado mais nas receitas comerciais e de carga do que na própria operação de passageiros.

    Os novos diretores dos aeroportos vão passar por avaliações a cada dois ou três anos. Quem não cumprir as metas, será substituído.

    O plano será implementado até fevereiro de 2014 para enfrentar os dois próximos anos, que serão os mais difíceis do processo de transição.

    A estatal só começará a receber dividendos das sociedades em que entrou nos aeroportos concedidos a partir de 2016.

    "Tudo o que fazemos agora é plantando para esse período de 2015 a 2016", afirma Mauro Roberto Pacheco de Lima, diretor de planejamento da Infraero.

    Por causa dessa situação, a empresa trabalha para que o governo não faça mais leilões de aeroportos até que a estatal alcance o seu ponto de equilíbrio.

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    Emprego em farmacêuticas vai crescer neste ano, diz setor

    O número de funcionários contratados pela indústria farmacêutica brasileira deve crescer cerca de 6% neste ano na comparação com 2012, de acordo com estimativa do Sindusfarma (sindicato que representa o segmento).

    "No Estado de São Paulo, o aumento vai ficar abaixo dessa média nacional por causa da questão tributária que o setor enfrenta", diz Nelson Mussolini, presidente-executivo da entidade.

    "Há crescimento de empregos muito mais forte em outros Estados, como Goiás, Minas Gerais e Paraná, justamente pela política tributária [mais favorável] que há nessas localidades", afirma.

    Editoria de Arte/Folhapress

    No ano passado, o número de empregados do setor farmacêutico no país cresceu 4,5% em relação a 2011 e chegou a 79 mil pessoas.

    Em São Paulo, a evolução de 2011 para 2012 ficou um pouco abaixo, em 4%.

    No Estado, no entanto, a variação positiva representou apenas uma recuperação, pois o total de contratados pelo segmento voltou ao mesmo patamar de 2008: cerca de 43,6 mil funcionários.

    "Em São Paulo, os novos postos de trabalho que surgiram não são da parte industrial das empresas", diz Mussolini. "São contratações de áreas administrativas e de vendas dos laboratórios", afirma o executivo.

    O setor farmacêutico tem aproximadamente 500 empresas no país, das quais quase 200 localizadas no Estado de São Paulo.

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    Negócio certificado

    A Boa Vista Serviços, que administra o SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), vai entrar a partir de novembro no mercado de segurança eletrônica de transações e identificação.

    A empresa foi credenciada pelo governo federal para atuar como uma autoridade certificadora.

    Com isso, poderá emitir e comercializar certificados digitais usados por pessoas físicas e empresas em operações eletrônicas.

    Entre os trâmites que necessitam dos certificados estão a emissão de notas fiscais eletrônicas e operações envolvendo a Receita.

    "Começaremos com uma rede de 110 pontos de emissão pelo país, com o objetivo de chegar a 300 no ano que vem", afirma o presidente, Dorival Dourado.

    "Em 2014, [a certificação] vai representar 18% da nossa receita, com a perspectiva de, em 2015, chegar perto de 25%", diz o executivo.

    No ano passado, a Boa Vista registrou receita líquida de serviços de aproximadamente R$ 390 milhões.

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    Alimento animal

    A Capal Cooperativa Agroindustrial, do Paraná, vai construir uma fábrica de rações em Arapoti, município onde está localizada sua sede. A indústria terá investimento de R$ 60 milhões.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A unidade será erguida em duas etapas, a primeira com previsão para funcionar em 2015. Ao término das duas fases, em 2018, a planta terá capacidade de produzir 640 mil toneladas de rações por ano para suínos e bovinos.

    A Capal participa atualmente de um consórcio para a construção de um novo frigorífico de suínos com outras duas cooperativas paranaenses, a Batavo e a Castrolanda.

    "O projeto da fábrica está planejado para acompanhar o crescimento da suinocultura, como o que será demandado pelo frigorífico", afirma o superintendente, Adilson Roberto Fuga.

    A cooperativa tem 1.500 associados em 40 municípios.

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    Sinal... A Nextel assinou um contrato com a fabricante Samsung para oferecer smartphones da marca. Desde que entrou no mercado de telefonia 3G, no início deste ano, a empresa já havia fechado acordo com a Motorola.

    ...3G No segmento pós-pago de transferência de dados, a companhia alcançou 168 mil usuários em agosto, uma alta de 6,8% em relação ao mês anterior. O DDD 11, que abrange a Grande São Paulo, é o principal mercado da operadora.

    Aperitivo... A Dori, fabricante de doces e aperitivos, inicia hoje a construção de um centro de inovação em Mairinque (SP). A obra receberá um financiamento de R$ 18 milhões da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

    ...inovador A unidade, que será usada para otimizar a produção e desenvolver novas linhas, deverá ser entregue em abril de 2014. Com o início da operação, a marca prevê um crescimento de 13% para 20% na margem de lucros.

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DIMMI AMORA

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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