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    Mercado Aberto

    Sem poder ampliar oferta de gás, empresa investe em distribuição

    19/03/2014 03h00

    Mesmo sem ter gás disponível para aumentar a oferta do produto, a Compagas (Companhia Paranaense de Gás) pretende investir neste ano na ampliação de sua rede de distribuição.

    A empresa prevê um aporte de R$ 84,2 milhões para estender seus canais em cerca de 100 quilômetros. Hoje, são 640 quilômetros.

    "Temos de estar preparados para quando forem concluídos projetos que ampliarão a disponibilidade do gás", diz o presidente da companhia, Luciano Pizzatto.

    O Sul do país é abastecido unicamente pelo Gasbol (gasoduto Brasil-Bolívia), cuja capacidade de transporte nessa região é de 12 milhões de metros cúbicos por dia.

    editoria de arte/folhapress

    Apenas a usina termelétrica de Araucária (PR) consome cerca de 2,1 milhões de metros cúbicos diariamente.

    Há dois anos, a Compagas desenvolve um projeto de construção de um terminal portuário em Paranaguá (PR) para receber gás importado.

    Discórdias entre os acionistas impedem que o empreendimento seja implementado pela própria companhia.

    O projeto, incluindo canais de distribuição entre o litoral e Curitiba, demandaria ao menos R$ 500 milhões. Agora, o governo do Estado planeja PPPs (parcerias público-privadas) para construir o porto e a rede de distribuição.

    Outra solução para o problema do gás no Paraná é a exploração onshore (em campos terrestres), diz Pizzatto.

    No ano passado, a ANP licitou blocos no interior do Estado. Entre os vencedores do leilão estão sócias da Compagas -a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e a Petrobras (através de sua subsidiária Gaspetro).

    "[O porto e a exploração onshore] serão duas grandes alternativas de suprimento."

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    VAGÕES DE MANTEGA
    Seis pesos pesados do varejo se reuniram ontem em São Paulo com Guido Mantega (Fazenda). Na pauta da reunião, reclamações contra o custo Brasil e contra a alta de juros promovida pelo BC (Banco Central).

    "Não adianta desligar a locomotiva do país", disse Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, referindo-se ao impacto do aumento da taxa de juros no varejo. "O que precisamos é azeitar os demais vagões da economia."

    No encontro, os empresários trouxeram números que são música para os ouvidos de Mantega. As vendas do varejo cresceram 7,5% em fevereiro, conforme pesquisa do IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo).

    O indicador, que antecipa as vendas do varejo medidas pelo IBGE, aponta resultados positivos nos próximos meses. Os associados do IDV esperam crescimento de 10,3% em abril e 10,5% em maio.

    Em março, a alta prevista é bem menor (de 4%), por causa do feriado do Carnaval.

    Além de Rocha, que também preside o IDV, estiveram no encontro com o ministro: Luiza Trajano (Magazine Luiza), Ronaldo Iabrudi (Pão de Açúcar), Luiz Carlos Batista (Máquina de Vendas), Daniela de Fiori (Walmart) e Lourival Kiçula (Eletros).

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    CADEIA AUTOMOTIVA
    A multinacional italiana de peças automotivas Tiberina constrói uma nova fábrica em Juatuba (a 55 km de Belo Horizonte). O investimento é de R$ 111,97 milhões.

    A planta industrial anterior ficava em Sete Lagoas (MG) e tinha 2.000 m². A nova terá 10 mil m² e deverá começar a funcionar em junho. Serão gerados 250 empregos.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O foco inicial será o atendimento das fábricas mineiras da Iveco (Sete Lagoas) e da Fiat (Betim), com a montagem e a soldagem de peças estruturais.

    "Depois, a intenção é prospectar mais negócios e estampar e soldar peças para outras empresas", afirma o diretor-superintendente Franco Estola.

    A matéria-prima virá da Itália e o aço será comprado no Brasil. A fábrica vai atuar em três turnos.

    A companhia atua no mundo com a produção de equipamentos, peças e autopeças para os setores de veículos leves e comerciais e de máquinas industriais. O grupo Tiberina faturou € 550 milhões (R$ 1,8 bilhão) em 2013.

    Bruno Figueiredo/Odin/Folhapress
    Franco Estola, diretor-superintendente da companhia
    Franco Estola, diretor-superintendente da companhia

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    Ferrero investe R$ 200 milhões em ampliação de fábrica mineira
    O grupo italiano Ferrero investirá R$ 200 milhões na duplicação da fábrica da empresa em Poços de Caldas (MG) e na construção de mais um centro de distribuição climatizado que será implantado na mesma área.

    É o maior investimento do grupo no Brasil, desde a sua chegada há 20 anos.

    Entre as marcas produzidas no país mais conhecidas estão Ferrero Rocher, Nutella, Kinder Ovo e Tic Tac.

    O grupo, que tem 20 unidades de produção, investiu no ano passado em uma nova planta no México (San José Iturbide, Guanajuato) e na Turquia (Manisa), de acordo com Francesco Paolo Fulci, da Ferrero SpA.

    Fundada há 60 anos em Alba, na Itália, a companhia opera em 35 países, tem 30 mil funcionários e produz mais de um milhão de toneladas de cerca de 70 marcas por ano.

    É a quarta maior empresa de confeitos do mundo.

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    Crescem setores de fabricação e importação de produto médico
    A indústria e a importação de equipamentos médicos cresceram em 2013, segundo dados da Abiis (Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde, entidade formada por associações do setor).

    O nível de emprego na medicina diagnóstica, por exemplo, subiu 9%. Na indústria de equipamentos, 8,3%.

    editoria de arte/folhapress

    As importações de aparelhos médico-cirúrgicos, porém, avançaram 13%. As de produtos para diagnósticos subiram 11,2%.

    "A fabricação local do setor depende muito da importação. Se as condições permanecerem como estão, devemos continuar crescendo. Isso só não ocorrerá se o dólar se valorizar mais", diz o presidente da entidade, Carlos Eduardo Gouvêa.

    "O governo é um dos nossos principais clientes. Mesmo com os cortes nos gastos, as verbas para a saúde foram preservadas quase em sua totalidade. Por isso, não devemos ter problemas em 2014."

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    CASA SUJA

    editoria de arte/folhapress

    Após uma década de mudanças na política habitacional brasileira, dois problemas permanecem no país: o risco de uma bolha imobiliária, no curto prazo, e as irregularidades no sistema de propriedade de terras e imóveis.

    A conclusão é de um levantamento da organização britânica Rics sobre políticas públicas de habitação que será divulgado no próximo dia 26.

    O estudo compara políticas públicas entre Brasil, Índia e China.

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    Estudos A Natura e o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa, ligado ao Hospital Albert Einstein, estabeleceram uma parceria de cooperação científica e tecnológica. Os três primeiros estudos terão como foco a promoção do bem-estar.

    Infraestrutura O Brasil ocupa a 112ª posição em um ranking de saneamento básico que reúne 200 países, segundo levantamento do CEBDS que será apresentado hoje. O índice é inferior ao de países como Guiana e Iraque.

    TV digital Em busca de parcerias, 18 empresas brasileiras de radiodifusão vão participar em abril da feira de mídia eletrônica NAB Show, em Las Vegas. A iniciativa é feita em parceria com a Apex-Brasil e o Sindvel (sindicato do setor).

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI, REINALDO CHAVES e RAQUEL LANDIM

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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