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    Mercado Aberto

    Setor de insumo cosmético investe em produção local

    21/05/2014 02h01

    Para reduzir custos logísticos e se livrar de travas existentes na importação, empresas de insumos cosméticos e de higiene pessoal têm investido na fabricação local de produtos, segundo a Abihpec (associação do setor).

    "A infraestrutura precária do país para importação e a burocracia na entrada de produtos levam a essa nacionalização", diz João Carlos Basilio, presidente da entidade.

    O grupo americano Lubrizol vai entrar na produção de matéria-prima para itens de cuidados pessoais e domésticos no país com uma fábrica em Belford Roxo (RJ).

    Serão feitos tensoativos que servem de base para produtos como cremes, xampus, sabonetes líquidos, amaciantes de roupas e detergentes.

    Editoria de arte/Folhapress

    Hoje, a empresa já comercializa insumos desse segmento no Brasil, mas eles são trazidos de fábricas de fora, como dos Estados Unidos.

    "Temos aumentado a participação nesse mercado no país, mas sempre com importados", diz Gustavo Vargas de Oliveira, executivo que comanda a divisão do grupo na América Latina.

    "Vamos ter a produção doméstica porque o custo [da importação] onera muito a operação", afirma Oliveira.

    O investimento na planta será de R$ 50 milhões. No local, a empresa já tem uma fábrica que produz aditivos para lubrificantes e óleos.

    "É um terreno grande que está subaproveitado." A nova unidade deverá entrar em operação no início de 2015.

    A Lubrizol é controlada pelo Berkshire Hathaway, conglomerado do bilionário americano Warren Buffett.

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    À espera do pós-Copa

    A indústria de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal vai aguardar a passagem da Copa para ter uma visão mais definida sobre como será 2014 para o setor.

    "A Copa será o divisor de águas deste ano, por isso estamos na espera", afirma João Carlos Basilio, presidente da Abihpec (associação que representa a área).

    Silvia Zamboni - 8.jul.2010/Folhapress
    João Carlos Basilio, presidente da associação do setor
    João Carlos Basilio, presidente da associação do setor

    A exemplo de outros segmentos da economia, o receio do setor em relação ao Mundial é com as perdas que poderão ocorrer com dias parados e protestos.

    "Por enquanto, a nossa projeção para este ano é crescer de 4% a 6% em relação a 2013", afirma.

    No ano passado, o segmento, que vinha evoluindo a uma média de 10% ao ano, avançou 4,9%.

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    Residência alugada

    O valor dos contratos novos de aluguel residencial em abril na cidade de São Paulo teve um aumento médio de 8,18% no acumulado dos últimos 12 meses, segundo pesquisa do Secovi-SP (sindicato da habitação).

    O percentual é maior que a variação do IGP-M, índice referência para os reajustes nos contratos de locação, que subiu 7,98% no período.

    Editoria de arte/Folhapress

    "O mercado passa por uma fase de adequação. Tanto locatários quanto proprietários de imóveis estão negociando mais o valor dos contratos", afirma Mark Turnbull, diretor de locação da entidade.

    Em sua primeira análise de imóveis por bairros, o estudo apontou que residências em Itaquera encareceram 125% nos últimos sete anos.

    Em abril de 2008, o valor cobrado pelo aluguel de um imóvel de um dormitório era de R$ 8,22, o metro quadrado. No mesmo mês deste ano, o preço ficou em R$ 18,50 o metro quadrado.

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    Negócios em cadeia

    As pequenas empresas que foram capacitadas para se tornar fornecedores ou distribuidores de grandes companhias registraram, em média, 34% de alta no faturamento, de acordo com o Sebrae.

    Os pequenos negócios participaram do programa de encadeamento da entidade.

    "Das empresas beneficiadas pela iniciativa, 66% disseram ter aumentado o seu faturamento", diz o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

    Os números do estudo serão apresentados hoje no Fórum Encadear, que a entidade realiza em São Paulo.

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    De porta em porta

    A loja catarinense Meu Móvel de Madeira, que pertencia ao Grupo Irani, de papel e celulose, vai começar a investir em logística própria.

    A expansão prevê estruturas em dez cidades, como Brasília, Recife, Salvador, Porto alegre, Curitiba e Belo Horizonte, até 2016.

    Quatro centros de distribuição já começaram a operar neste mês –dois em São Paulo e dois no Rio.

    As duas capitais respondem por 60% do faturamento da empresa.

    "Como não temos lojas físicas, a aproximação com o cliente é essencial para oferecermos serviços de qualidade", afirma Ronald Heinrichs, presidente da marca.

    Com a nova logística, a empresa prevê que o tempo de entrega de mercadorias seja reduzido de sete para cinco dias úteis. A montagem dos itens também será feita por funcionários da empresa.

    "No próximo ano, quando tivermos amadurecido o modelo, estudamos franquear os centros de distribuição."

    A Meu Móvel de Madeira possui também um centro de distribuição em Rio Negrinho (SC), onde está sediada.

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    Freio industrial

    Seis em cada dez executivos da engenharia industrial pretendem reduzir o volume de novos contratos neste ano.

    A tendência de mercado foi diagnosticada em pesquisa com 50 associados da Abemi (associação que reúne empresas como Odebrecht e Camargo Corrêa, entre outras).

    "O cenário é negativo porque os grandes projetos em andamento no país estão no fim. Não há novos para repor", aponta Antônio Müller, presidente da entidade.

    Editoria de arte/Folhapress

    Parte dos executivos pesquisados (43%) também analisa manter o mesmo número de funcionários.

    Mas a perspectiva de enxugar os quadros de trabalhadores preocupa: 36% dizem que promoverão demissões.

    O segmento de óleo e gás será o único que não deve gerar novos investimentos neste ano, mostra a pesquisa.

    A área da infraestrutura, por sua vez, vai investir mais.

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    Metais descartados

    As exportações brasileiras de sucata de ferro e aço voltaram a cair em abril, após o recuo que já havia ocorrido em março, de acordo com o Inesfa (instituto que representa o segmento).

    Um dos motivos para a redução é o excesso da oferta de aço no mercado mundial, o que se reflete também na menor demanda pela sucata por parte das usinas.

    "A desaceleração industrial da China impactou o setor", diz Leonardo Palhares, executivo do Inesfa.

    No acumulado do primeiro quadrimestre, a queda nas exportações chegou a 9,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

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    Micro O Fundo Zona Leste Sustentável, de entidades como Senai, Senac e Alana, de São Paulo, financia microempreendedores que montem negócios na região. O valor é de até R$ 25 mil por projeto.

    Da África A agência P2COM (fusão de Privia, de eventos, e Petra, de viagens de incentivo), anunciará uma parceria com a sul-africana Uwin Iwin.

    Mandrade/Reprodução

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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