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    Mercado Aberto

    Baixa produtividade reduz margens na construção civil, diz consultoria

    11/06/2014 02h00

    Apesar de registrarem crescimento na receita líquida de 50% entre 2007 e 2011, construtoras e incorporadoras no país tiveram alta nos custos de até 60% no período, segundo estudo da EY (antiga Ernst & Young).

    No intervalo, o Ebitda das empresas (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) passou de 21% em 2007 para 16% em 2011.

    O volume de lançamentos por metro quadrado evoluiu somente 24% em cinco anos.

    O aumento da produtividade é apontado como chave para recuperar as margens das companhias, diz a pesquisa, feita em parceria com a Escola Politécnica da USP.

    Editoria de arte/Folhapress

    "Impulsionadas pela alta do preço dos imóveis no período, as empresas passaram a adotar ações pontuais, para priorizar o cumprimento de prazos de obras, e deixaram de se voltar para métricas de produtividade", afirma Flávio Barreiros, sócio da consultoria.

    "Se houver sincronia entre os projetos, é possível identificar padrões e saber se a obra está sendo menos produtiva e se vai custar mais caro."

    Quando questionadas sobre a utilização de indicadores de produtividade, 41% das empresas disseram que não o fazem de forma sistêmica.

    A escassez na oferta de mão de obra e de insumos de construção também contribuíram para estreitar os ganhos do setor, segundo Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP (entidade que representa a indústria).

    "Como o setor ficou cerca de 20 anos estagnado, a mão de obra se acomodou e migrou para outras áreas."

    O estudo ouviu 74 executivos de oito empresas de capital aberto do setor no país.

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    Lata nova

    A Latasa, que recicla latas de alumínio, investirá R$ 30 milhões em sua primeira fábrica fora do Estado de São Paulo. A planta será instalada em Centenário do Sul (PR).

    "Temos clientes no Paraná e economizaremos com transporte. Caso a unidade tenha excedente, será fácil distribuir a produção em São Paulo", afirma Mario Fernandez, CEO do grupo Recicla BR, do qual a Latasa faz parte.

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    Mario Fernandez, CEO do grupo de reciclagem
    Mario Fernandez, CEO do grupo de reciclagem

    A Latasa tem outras três plantas hoje –duas em Pindamonhangaba e uma em Itaquaquecetuba.

    Todas operam com 100% da capacidade de produção e processam, juntas, 14 mil toneladas de alumínio por mês. O material é destinado principalmente aos setores automotivo e siderúrgico.

    O novo empreendimento deverá reciclar 3.000 toneladas de sucata mensalmente e será voltado para a construção civil.

    A empresa é responsável por 80% do faturamento do grupo, que alcança R$ 1,5 bilhão. O restante é gerado pela Aluzinco, que possui outras duas fábricas.

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    Despesa fora de casa

    São Paulo e Rio de Janeiro caíram 66 e 72 posições, respectivamente, no ranking dos locais mais caros para expatriados viverem em 2014, na comparação com o ano anterior, segundo pesquisa da ECA International.

    Editoria de arte/Folhapress

    A desvalorização do real fez do Brasil um local mais barato para o custeio das despesas dos estrangeiros, segundo o relatório da consultoria. O estudo é feito com base em preços em dólares.

    A capital paulista, que aparecia na 64ª colocação no levantamento de 2013, recuou para o 130º lugar neste ano.

    O Rio de Janeiro, por sua vez, passou do 51º para o 123º lugar no ranking.

    Caracas foi apontada como a localidade com o custo de vida mais elevado no mundo para os expatriados.

    Entre os países das Américas, além da capital venezuelana, apenas Manhattan, em Nova York, aparece na lista dos 50 locais mais caros.

    A pesquisa comparou uma cesta de bens de consumo e serviços em 440 regiões.

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    Sem globalização

    O setor de TI do Brasil é um dos menos globalizados na comparação com outros 19 países. Pesquisa da EIU (Economist Intelligence Unit) o coloca na 15ª posição, atrás de outros emergentes, como China e Índia.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O relatório da empresa aponta que, de modo geral, os Brics têm abertura comercial no setor, mas a falta de infraestrutura digital dificulta os fluxos internacionais de investimento.

    Entre os itens analisados, o Brasil se destacou mais em pesquisa e desenvolvimento (ficou no 13º lugar) e em abertura para o investimento estrangeiro no setor (13º).

    Os países desenvolvidos apareceram nos primeiros lugares do ranking. O Reino Unido liderou, seguido por Holanda e Alemanha.

    Os principais empecilhos para a globalização do setor são, ainda segundo a EIU, a falta de transparência e o pouco conhecimento do mercado global.

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    Metal... A Korloy, multinacional sul-coreana de ferramentas de metais para indústrias, abriu uma filial em Barueri (SP), a primeira do grupo no país. O setor automotivo é um dos principais clientes da companhia.

    ...coreano A empresa operava antes no Brasil por meio de representantes. Com a unidade própria, o grupo planeja triplicar a sua participação no mercado brasileiro e fazer do país uma base de exportação para a América Latina.

    Câmbio... O banco Daycoval vai instalar caixas eletrônicos para a troca de moeda no MSC Divina, navio que vai operar no país durante a Copa.

    ...em alto-mar A próxima etapa do projeto prevê a instalação dos equipamentos automáticos nas unidades da instituição financeira.

    Loderly/Reprodução

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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