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    Mercado Aberto

    Empresas da Zona Franca crescem 8,4% até julho

    14/09/2014 03h00

    Empresas instaladas na região de Manaus destoam de grande parte da indústria brasileira e apresentam crescimento neste ano.

    O faturamento delas alcançou R$ 47,7 bilhões nos sete primeiros meses de 2014 –alta de 8,39% na comparação com o mesmo período do ano passado–, segundo dados da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).

    "Tivemos uma forte expansão principalmente entre janeiro e março e nos segmentos de eletroeletrônicos [incremento de 13,6%] e informática [12,9%]", diz o superintendente, Thomaz Nogueira.

    Considerando apenas julho, porém, houve uma queda de 3,2% no faturamento.

    "O miolo do ano foi mais fraco por causa da Copa. Ainda não temos os resultados de agosto, mas o desempenho também não deve ter sido bom. Está dentro do esperado para o período."

    Nogueira projeta uma retomada a partir deste mês. "A expectativa é de reaquecimento. O segmento de bens de informática continua indo bem, sobretudo os tablets. O ticket médio dos smartphones também subiu."

    A produção de tablets, por exemplo, que ficou em 2,4 milhões de unidades em 2013, deve se aproximar da marca dos 4 milhões neste ano. Até julho, haviam saído das plantas de Manaus cerca de 1,9 milhão de aparelhos.

    A Suframa projeta que a Zona Franca feche o ano com alta de pelo menos 6% (sem descontar a inflação). No ano passado, no entanto, o incremento chegou a 13,3%.

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    Tombo até na pinga

    Apesar das ações para mudar a conotação da cachaça no país, considerada negativa pelo setor, a indústria espera uma queda de 2% no consumo neste ano.

    "As pessoas quando consomem destilados preferem vodca ou uísque e nem passam pela cachaça, por causa da fama de que é pinga."

    É o que diz Ricardo Gonsalves, presidente do conselho diretivo da Abrabre (que representa o setor) e da Companhia Müller, que produz a Cachaça 51.

    As exportações da bebida, que representam 1% do que é vendido internamente, devem fechar o ano com redução de ao menos 5% em razão da crise do mercado internacional, diz Gonsalves.

    Na Fazenda Soledade, que produz cachaças envelhecidas que levam seu nome, aproximadamente 50% da produção é exportada.

    "No mercado interno, acredito que teremos o mesmo desempenho de 2013, o que será ótimo, porque o consumo da bebida vem caindo nos últimos anos no país", diz Vicente Bastos, sócio da marca e presidente do Ibrac (Instituto da Cachaça).

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    Construtora mineira integra consórcio para obra no Peru

    O grupo mineiro Aterpa, de construção e engenharia, fechou um contrato de cerca de R$ 400 milhões para obras de infraestrutura no Peru.

    Em um consórcio formado com outras duas empresas estrangeiras –a peruana Johesa e a colombiana Conalvías–, a companhia vai construir 96 km de estradas e conservar um trecho de 206 km durante oito anos.

    Será o quarto negócio da empresa no Peru. Com isso, a participação estrangeira no faturamento da área de construção deverá dobrar neste ano e chegar a 10%, diz André Salazar, vice-presidente e acionista do grupo.

    "É o maior contrato entre os que já fechamos no país, o que reforça o nosso projeto de internacionalização."

    Por enquanto, o Peru é o único destino da atuação no exterior. "Prospectamos negócios em Angola, mas não sentimos segurança do ponto de vista jurídico e institucional. Já a Colômbia continua na nossa mira", afirma.

    No Brasil, o ano de 2015 deverá ser mais fraco por causa do período pós-eleitoral, diz Salazar. "Mas, no médio e longo prazos, somos otimistas. Há carência de infraestrutura, o governo terá de investir."

    A empresa participa de obras como a da ferrovia Norte-Sul. Também assinou sua primeira PPP (parceria público-privada), na área de saneamento, em Serra (ES).

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    Mais em dia

    O percentual de famílias de São Paulo com contas em atraso atingiu no mês passado o menor nível desde o fim de 2012, de acordo com pesquisa da FecomercioSP (federação do comércio).

    A parcela ficou em 13% no mês passado. Antes, o índice mais baixo havia sido registrado em outubro de 2012: 11,8%.

    A queda de agosto foi a quarta consecutiva. Em relação ao mesmo mês de 2013, houve um recuo de 4,4 pontos percentuais.

    Também ocorreu uma diminuição no percentual de famílias com algum tipo de dívida contraída. O índice passou de 50,1% em julho para 49,4% em agosto.

    Um dos fatores que comprovam o cenário mais cauteloso é a redução do número de famílias que usam o cartão de crédito.

    O meio de pagamento é o mais usado para a tomada de crédito (citado por 66% dos ouvidos) e sofreu uma queda de três pontos percentuais.

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    Em novo... A TCS (Tata Consultancy Services), empresa indiana de TI, vai começar a atender no Brasil o setor farmacêutico. A operação no segmento está prevista para ser iniciada no ano que vem.

    ...setor Hoje, a subsidiária brasileira da companhia trabalha nos mercados de telecomunicações, seguros, finanças e óleo e gás. Na América Latina, a TCS atua em oito países com 13 mil funcionários.

    Terno... Fundado em 1865, o Lanifício Reda, empresa italiana especializada na produção de tecidos para alfaiataria, planeja tornar São Paulo seu ponto de atuação na América Latina.

    ...de luxo A empresa, que fatura € 75 milhões (R$ 225 milhões) ao ano e atua nos EUA e na Europa, vai elevar o número de representantes no Brasil em 2015 para fornecer seus produtos no país e na região.

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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