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    Mercado Aberto - Leandro César Martins, Luciana Garcia Ribeiro Dyniewicz, Maria Cristina Frias

    Segundo mandato de Dilma vai ser melhor, acredita Benjamin Steinbruch

    03/11/2014 02h00

    O empresário Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, diz acreditar que a presidente Dilma Rousseff fará mudanças e que seu segundo governo será melhor que o primeiro.

    "Tem tudo para ser e ela vai querer entrar para a história como uma boa presidente para o Brasil", afirma. "A gente aprende com a experiência." Para ele, um bom nome para o ministério da Fazenda, além de outras medidas, trará "conforto ao investidor" e deveria ser anunciado logo. A seguir, trechos da entrevista do empresário.

    Daniel Marenco/Folhapress
    Benjamin Steinbruch, diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, presidente do conselho de administração da empresa e vice-presidente da Fiesp
    Benjamin Steinbruch, diretor-presidente da CSN, presidente do conselho da empresa e vice da Fiesp

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    Folha - Dilma 2 será diferente? A elevação de juros foi uma sinalização nesse sentido?
    Benjamin Steinbruch - Perseguir o centro da meta de inflação é muito positivo e necessário. Mas vivemos uma inflação em razão da expectativa de alta por causa do aumento dos preços administrados. A indústria não tem confiança para produzir e o consumidor não tem confiança para consumir. Juros altos e o real valorizado que inunda de importados aqui, não ajudam. O aumento de juros foi desnecessário. Foi uma autoafirmação do Banco Central para demonstrar uma certa independência, disposição de controlar inflação.

    A disposição de diálogo e de fazer reformas da presidente vai se concretizar?
    Com o diálogo é que pode voltar essa confiança, que passa certamente pelas reformas. Ela [Dilma] falou em reforma política. Tem também a tributária, para reduzir o custo Brasil e tornar o país mais competitivo. As mudanças estão na cabeça de todos, todos esperam mudanças.

    Afinal, o sr. "dilmou"?
    Eu disse [à Folha em setembro] que "dilmaria" se a presidente fizesse mudanças... Mas acho que elas virão mesmo. Acredito que o segundo mandato será melhor e tem tudo para ser. Ela agora está reeleita, é um governo dela. Se antes tinha dependências partidárias, agora tem condição de fazer o governo em que acredita. Com certeza vai querer ser lembrada como uma boa presidente. Aí, tem de fazer as coisas para entrar para a história.

    A presidente terá concessões a fazer para gerar caixa. O que mudar para deslanchá-las?
    Há um potencial muito grande de concessões e PPPs [parcerias público-privadas] que tem de ser trabalhado para que ocorram. E tem muito a ver com a confiança para criar condições. Vamos fazer melhor se houver confiança.

    Que falhas ocorreram?
    Ficar muito fechado no começo, impede muito investidor de vir. Talvez tenha de abrir um pouco mais e depois ir restringindo. Tem de despertar o interesse dos investidores primeiro e aí negociar. Restabelecendo a confiança, teremos um número importante de investidores querendo participar.

    O sr. havia declarado que "só louco investiria no Brasil"...
    Falei lá atrás, dentro de um contexto, mas a frase é verdadeira. Muita gente queria dizer o que eu disse. É um alerta para que possamos corrigir as distorções que temos, como os altos impostos, o custo Brasil. A indústria não quer nada além do que os investidores encontram lá fora.

    Como está o apetite dos investidores?
    O mundo piorou, exceto os Estados Unidos. O Brasil ainda é um dos poucos com potencial de crescer, instituições fortes e estabilidade. Há uma expectativa muito grande e receio de um posicionamento equivocado do governo. Mas acho que o governo fará o possível para acertar. A gente aprende com a experiência... O primeiro momento pós-eleições foi bom. O acerto do nome da Fazenda, o discurso de diálogo e as reformas que ela pode fazer, além de movimentos práticos, de controle do deficit fiscal e da inflação, poderão dar muito conforto ao investidor.

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    Cozinha no interior

    A Spicy, rede de lojas de utensílios de cozinha, se prepara para iniciar a abertura de franquias. Hoje, a empresa atua apenas com unidades próprias –são 37 pontos.

    O objetivo é levar a marca para municípios do interior do país, com menos de um milhão de habitantes.

    "Acreditamos que podemos chegar a até 50 lojas próprias nas grandes cidades. Nos municípios menores, o perfil de franquia vai funcionar melhor", diz André Cutait, sócio-diretor da MCassab, que é dona da Spicy.

    "É um projeto que esperávamos lançar ainda em 2014, mas que decidimos deixar para 2015 por causa do crescimento menor do varejo neste ano", afirma.

    A rede manterá o padrão atual, com foco em shoppings ou pontos de rua com fluxo maior de consumidores das classes A e B.

    O grupo MCassab, que também é distribuidor exclusivo da Lego no Brasil, teve um faturamento de R$ 1,2 bilhão no ano passado.

    Adriano Vizoni/Folhapress
    André Cutait, da rede de lojas de utensílios domésticos
    André Cutait, da rede de lojas de utensílios domésticos

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    Operadora lança ferramenta para funcionário trabalhar de casa

    A operadora Oi lançará hoje um produto para empresas que têm funcionários que trabalham em casa.

    O serviço reunirá controle de jornada do trabalhador, internet, e-mail e telefone fixo no computador, entre outras ferramentas.

    A expectativa da companhia é ter 60 mil usuários em até 18 meses. "Existe uma tendência de avanço do 'home office' no país. Nos EUA, 80% das grandes empresas permitem o trabalho remoto. No Brasil, são 36%", diz Maurício Vergani, diretor da Oi.

    "Estimamos que o potencial brasileiro seja de 650 mil funcionários."

    O produto faz parte da estratégia da operadora de se desenvolver no segmento de transferência de dados.

    "A receita do mercado de telefonia fixa corporativa cai 10% ao ano. Parte se deve à migração para a telefonia móvel e parte à redução de tarifas."

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    Grão... Cafeicultores da Mantiqueira (MG) vão exportar o primeiro lote do produto com certificado de origem.

    ...mapeado O destino das 200 sacas será a Inglaterra, segundo o Sebrae, que auxiliou na obtenção do registro.

    Lederly Mendonça/Editoria de Arte/Folhapress

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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