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    Mercado Aberto

    Segmento de viagens de incentivo cresce em 2014 por causa da Copa

    11/01/2015 03h00

    Apesar do resultado fraco registrado em 2014 por causa da Copa do Mundo, as agências e operadoras de turismo cresceram no segmento de viagens de incentivo.

    A área inclui principalmente vendas de pacotes para empresas premiarem seus melhores funcionários e sortearem entre clientes.

    Na Nascimento Turismo, por exemplo, enquanto a comercialização de viagens em geral avançou 6%, a do segmento cresceu 18,6%.

    Na Agaxtur, o número de grupos de incentivo passou de 64 em 2013 para 82 no ano passado -alta de 28%.

    O número de viajantes que participaram desses grupos representou 36% do total movimentado pela operadora no ano, segundo o presidente, Aldo Leone. "A Copa promoveu esse estouro", afirma.

    O mesmo evento, porém, prejudicou o turismo em geral no país, em grande parte por causa dos preços elevados dos voos.

    Como a área de incentivos não depende de promoções de passagens aéreas, acaba não sendo afetada, afirma Plínio Nascimento, diretor-geral da empresa que leva seu sobrenome.

    A Consolid Brasil, que faz logística de eventos, recebeu 260 grupos durante o ano -mais de 75% deles foram durante o Mundial.

    "A expansão no faturamento anual foi de 60%", diz o diretor-geral da empresa, Carlos Barros.

    Companhias que trabalham especificamente com viagens de incentivo, no entanto, não veem o ano de forma tão positiva.

    Na Central de Eventos, do grupo Maringá Turismo, a elevação no número dessas viagens ficou entre 15% e 18% em 2014. Em outros anos, chegou a 30%.

    "As empresas concentraram tudo na Copa e não gastaram com outros eventos. Quem mandaria 50 pessoas para o exterior enviou cem para ver um jogo", afirma Andreia Lefèvre, da Central.

    *

    Pegadas do Natal

    Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co, que engloba as marcas Arezzo, Schutz e Anacapri, além da grife que leva seu nome, viu neste início de ano sinais positivos.

    "Nossa liquidação de verão foi adiada em uma semana, enquanto competidores já reduziram logo depois do dia 26. Conseguimos manter as vendas estáveis com o ano passado com o preço cheio", diz Birman.

    "Tivemos um excelente Natal em 2014, em relação ao ano anterior", conta, sem querer informar números da companhia aberta. "Foi em linha com o que esperávamos", completa. A promoção das marcas começou na sexta-feira (9).

    "Vai ser um ano tão difícil quanto 2014, mas gostei deste começo. A dupla Levy e Barbosa deu o recado que fará algo diferente e que no futuro estaremos melhor do que hoje."

    Em 2015, a companhia vai inaugurar 62 lojas, a maioria franquias, neste ano.

    O investimento em novas lojas, reformas e em tecnologia para a gestão da companhia será de cerca de R$ 35 milhões, abaixo dos R$ 45 milhões de 2014.

    No exterior, o empresário diz priorizar os Estados Unidos. "Mas o ano ainda será de teste e aprendizado."

    *472 * são as lojas no Brasil e sete no exterior

    361 unidades são da marca Arezzo, 69 da Schutz, 40 da Anacapri e duas da marca Alexandre Birman no país

    2.178 são as multimarcas que distribuem as grifes

    *R$ 379 milhões * foi a receita bruta no 3º trimestre de 2014

    R$ 51,4 milhões foi o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) no período

    *

    O novo churrasco

    A rede de restaurantes de comida japonesa Koni Store estuda abrir sua primeira unidade com serviço delivery, no Rio de Janeiro.

    "A loja, que será própria, servirá para formatarmos essa opção antes de oferecê-la aos franquiados", diz Michel Jager, presidente da Koni.

    O novo modelo é parte de um plano de expansão que prevê 42 novos pontos em todo o país em 2015.

    Grande parte das inaugurações ocorrerão no Estado de São Paulo.

    "Mas o país todo tem espaço para crescermos. Hoje existe mais [restaurante] japonês que churrascaria. Há dez anos isso era inimaginável."

    A expansão deverá gerar um aporte total de cerca de R$ 16,8 milhões.

    Hoje, são 94 lojas em operação no país, 60 só no Rio.

    R$ 120 milhões foi o faturamento da rede no ano passado

    25 são as cidades em que atua

    *

    Sem sujar a cafeteria

    A rede Seletti vai aproveitar a entrada no aeroporto de Viracopos, em Campinas, para testar a inclusão de cafés da manhã em seu cardápio.

    O ponto vai abrir as portas em fevereiro. Até o final do ano, outra unidade, de rua, também oferecerá o cardápio ampliado. O Rio é a cidade mais cotada para receber o empreendimento.

    "Cada vez mais pessoas optam por tomar café fora de casa, e somente as padarias estão aproveitando a ascensão desse mercado", afirma Luis Felipe Campos, diretor e fundador da marca.

    Com grande parte de sua operação concentrada em shoppings, a Seletti até então não tinha incorporado a primeira refeição ao menu devido à restrição de horários.

    "A localização vai permitir também que a gente implante um serviço de delivery."

    12 serão as aberturas da empresa neste ano

    33 são as lojas em operação

    *

    O que estou lendo

    Claudio Sassaki, fundador da Geekie

    Vencedor do Prêmio Empreendedor Social (da Folha em parceria com a Fundação Schwab), com a Geekie, voltada para a educação, Claudio Sassaki se concentra em obras para quem inicia um negócio.

    "'The Hard Thing About Hard Things', de Ben Horowitz, é um dos melhores livros que li sobre empreendedorismo e como criar uma start-up", diz Sassaki que fez carreira em um grande banco antes de abrir a Geekie.

    "Trata dos desafios diários: como demitir, contratar as pessoas certas e, sobretudo, como tomar decisões com poucas informações e experiência."

    Sassaki também considera obrigatória para quem pensa em empreender a leitura de "Zero To One", de Peter Thiel, um dos fundadores da PayPal. "Thiel descreve de forma direta e prática sua visão de como criar inovação."

    O empreendedor relê "O Mundo como Vontade e Representação", do filósofo Arthur Schopenhauer. "Transformou completamente minha forma de refletir sobre a vida e foi uma grande inspiração para conceber a Geekie."

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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