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    Mercado Aberto

    Energia de cana esbarra em crise de usinas

    25/01/2015 03h00

    A geração de eletricidade com a queima do bagaço da cana-de-açúcar é uma das alternativas mais velozes para se reduzir a dependência brasileira de hidrelétricas, de acordo com Erik Rego, professor da Escola Politécnica da USP e consultor da Excelência Energética.

    "Em um ano, algumas usinas conseguiriam trocar suas caldeiras pequenas por maiores e começar a entregar energia", afirma.

    Com a modernização do maquinário, o segmento poderia dobrar a sua geração de energia, diz Zilmar de Souza, consultor de bioeletricidade da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúca).

    "Se hoje o setor colabora com uma média de 4% da energia que o país consome no ano, poderia chegar a 8% com a mesma quantidade de cana", diz Souza.

    Uma usina gera, em média, 1 MW (megawatt) com a queima de cinco a seis toneladas de bagaço. Com a troca dos equipamentos para modelos mais modernos, poderia produzir a mesma quantidade com duas ou três toneladas de matéria-prima.

    O plano, no entanto, esbarra na atual dificuldade de investimentos do setor sucroalcooleiro, com muitas empresas endividadas e sem recursos próprios para aportes.

    "Tem empresa que não tem dinheiro nem para comprar cana", diz Rego.

    "O setor precisa de um programa de médio a longo prazo. Se isso tivesse sido feito há dois anos, hoje já teríamos essa quantidade maior [de energia]", acrescenta Souza.

    De um total de 390 companhias ligadas à Unica, 170 conseguem vender energia para terceiros.

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    Consolidação no Paraná

    A Panvel, rede de farmácias com sede no Rio Grande do Sul, vai investir R$ 35 milhões neste ano em seu projeto de expansão, que prevê de 30 a 35 unidades.

    Metade das novas lojas serão instaladas no Paraná, onde a empresa ainda está amadurecendo seus negócios. Hoje, são 30 pontos no Estado –todos na capital.

    Até o fim deste ano, a rede estará também em Londrina e Maringá, as duas maiores cidades do Paraná depois de Curitiba.

    Para 2016, está prevista a inauguração da primeira unidade em São Paulo. Ficará no shopping Morumbi Town, que está sendo construído pela empresa israelense Gazit-Globe.

    "Essa loja não significa uma expansão no Estado. Será apenas um teste", afirma Julio Mottin Neto, sócio da companhia.

    "Nossa estratégia é crescer no centros mais próximos da sede. As questões de logística e de [reconhecimento de] marca são mais complicadas quando estamos longe", acrescenta.

    Para atender suas farmácias, a empresa tem hoje quatro centros de distribuição, em Eldorado do Sul (RS), Passo Fundo (RS), São José (SC) e Maringá (PR).

    "Estudamos [instalar um centro logístico] perto de Curitiba, para dar maior capacidade de expansão nos outros Estados."

    Esse empreendimento seria parecido com o de Eldorado do Sul, que tem 15 mil metros quadrados e no qual foram investidos R$ 100 milhões, segundo Mottin Neto.

    R$ 2 bilhões é o faturamento da empresa

    6.000 é o número de funcionários

    321 é o total de lojas

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    Identidade própria

    A Óticas Carol prevê abrir 120 novas lojas até o final deste ano em todo o país, com foco nos Estados de Rio de Janeiro e São Paulo.

    A expansão, que demandará R$ 60 milhões em investimentos, vai priorizar candidatos que já tenham ao menos uma unidade da marca em funcionamento.

    Hoje, 60% das aberturas advém de franqueados próprios, 20% de investidores e 20% da conversão de lojas independentes em estabelecimentos da rede.

    Novos empreendedores também serão aceitos, desde que considerem ter mais de uma loja, de acordo com o CEO da companhia, Ronaldo Pereira.

    "Só a partir da terceira unidade, o empresário consegue contratar um supervisor qualificado e garantir a melhor distribuição do estoque de acordo com o perfil de cada loja, além de se sentir mais 'dono' e mais comprometido com a marca", diz o executivo.

    A rede também irá concentrar suas campanhas para estimular a venda de produtos em Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Sul, Estados em que começou a operar em 2014.

    R$ 580 milhões foi o faturamento da rede no ano passado

    730 são as lojas em funcionamento

    R$ 500 mil é o investimento médio em cada unidade

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    Consumidor sem folêgo

    A demanda do consumidor brasileiro por crédito caiu 7,8% em 2014, na comparação com o ano anterior, de acordo com pesquisa da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).

    O recuo foi o maior desde o início do cálculo do indicador, em dezembro de 2011.

    A queda indica uma maior cautela do consumidor, que, segundo a Boa Vista, adquiriu um aprendizado sobre o uso do crédito nos últimos ciclos de inadimplência e também tem optado por menores endividamentos durante crises econômicas.

    O maior rigor na concessão do crédito e a alta dos juros são outros fatores que desanimam o consumidor, aponta a empresa.

    Na análise mensal, a procura por crédito em dezembro do ano passado diminuiu 1,9% ante o mês anterior.

    Em relação a dezembro de 2013, a retração foi ainda maior e atingiu 14,6%. Nessa comparação, a demanda em instituições financeiras teve pior desempenho, com queda de 15,3%, que a do setor não-financeiro (principalmente o varejo), com -14,2%.

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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