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    Mercado Aberto

    Brasil deverá manter grau de investimento, diz Citi

    02/03/2015 02h00

    O economista-chefe para mercados emergentes do Citi nos Estados Unidos, Guillermo Mondino, afirma acreditar que o Brasil vá manter o seu grau de investimento.

    Embora após o rebaixamento do rating da Petrobras tenha crescido o receio de que as agências de avaliação de risco reduzam também a nota da dívida soberana do Brasil, para Mondino, a piora da avaliação da companhia poderá servir de alerta para o governo.

    Divulgação
    Guillermo Mondino, do Citi
    Guillermo Mondino, do Citi

    "O país precisa garantir que vai entregar os prometidos esforços fiscais para evitar um rebaixamento. Assim sendo, considero o rebaixamento como um aviso para que as autoridades implementem o que anunciaram", disse o economista na sede do banco em Nova York.

    "As recentes reuniões do executivo com líderes do Congresso foram animadoras e a expectativa de que o Brasil vá entregar um significativo ajuste fiscal, que seja suficiente para evitar a perda do grau de investimento, parece ter subido."

    Há males que vêm para o bem, lembra ele ao afirmar que a deterioração do rating da Petrobras talvez mobilize os políticos a agir.

    "Eu me mantenho otimista de que o Brasil vá manter o seu grau de investimento."

    Para a companhia, o horizonte ficou mais claro, segundo Mondino.

    O economista avalia que agora as decisões para avançar com a prestação de contas das perdas, a reestruturação interna e a capitalização são menos limitadas.

    "Esperaria que as autoridades fizessem progredir rapidamente essas questões para colocar a companhia novamente em movimento."

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    A Petrobras não é apenas uma grande empresa brasileira. Ela reflete uma visão da saúde fiscal do Brasil

    GUILLERMO MONDINO
    economista-chefe para mercados emergentes do Citi nos EUA

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    SP tem recorde na locação de escritórios, mas ociosidade sobe

    O mercado de escritórios de alto padrão da cidade de São Paulo fechou 2014 com um recorde no volume de metros quadrados alugados, segundo a consultoria Colliers International Brasil.

    A absorção líquida (diferença entre áreas locadas e devolvidas) atingiu 174 mil metros quadrados, resultado 36% superior ao registrado no final do ano anterior.

    O crescimento foi puxado principalmente pela migração de empresas, que aproveitaram a elevada oferta de espaços para se transferirem para prédios melhores.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O recorde nas locações, no entanto, não foi suficiente para evitar o crescimento da taxa de ociosidade do setor.

    A média de escritórios de luxo vagos atingiu 23,3% no quarto trimestre de 2014, três pontos percentuais acima do período de julho a setembro.

    "O mercado teve um bom desempenho em 2014, mas, com a quantidade de projetos entregues, a disponibilidade subiu", diz Marcelo Ghitnic, diretor do grupo.

    "A tendência é que [a vacância] continue subindo um pouco em 2015, porque o total de metros quadrados previstos para entrega neste ano é ainda superior ao volume de 2014", afirma.

    O preço do metro quadrado fechou o ano com uma diminuição de 3,5%.

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    Aporte mineiro

    Apesar da desaceleração do setor imobiliário, o grupo CSul, de desenvolvimento urbano, vai investir R$ 120 milhões para construir um loteamento residencial na Grande Belo Horizonte (MG).

    "Independentemente de crise, a aposta em terrenos é segura porque nesse tipo de investimento não se perde", diz Waldir Salvador, superintendente da CSul.

    A companhia foi criada por um conglomerado de empresas de ramos imobiliário e de construção. O Grupo Votorantim detém a maior participação (40%).

    Alexandre Rezende/Folhapress
    Waldir Salvador, superintendente da companhia de desenvolvimento urbano
    Waldir Salvador, superintendente da companhia de desenvolvimento urbano

    Do total aportado, R$ 70 milhões foram utilizados na aquisição de uma área de 660 mil m². Os R$ 50 milhões restantes serão para obras de urbanização do espaço.

    "Entregaremos o loteamento demarcado, com infraestrutura asfáltica, esgoto sanitário e rede de água."

    O empreendimento será erguido a partir de abril na cidade de Nova Lima, a 11 km da capital mineira. "É a região com o maior IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] do Estado e com grande oferta de terras", diz.

    O residencial tem a previsão de entrega para 2017, com um total de 583 lotes.

    A CSul tem mais uma área de 27 milhões de m² que ainda aguarda licenciamento ambiental. Nessa extensão, a companhia planeja aportar R$ 20 bilhões em 30 anos.

    R$ 120 milhões
    será o investimento no projeto

    R$ 700 mil
    é o preço do lote de 1.200 m²

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    Futuro melhor

    A confiança dos consumidores do Reino Unido se manteve estável em fevereiro, mas avançou a expectativa em relação à economia do país, segundo uma pesquisa da consultoria GfK.

    O índice de confiança dos britânicos fechou o mês em um ponto, mesmo nível de janeiro. Apesar da estabilidade mensal, o número ficou acima de fevereiro de 2014, quando marcava -7. A escala vai de -100 a 100 (números maiores representam mais otimismo).

    Editoria de Arte/Folhapress

    O indicador que mede a avaliação do cenário econômico do país nos próximos 12 meses registrou uma evolução de quatro pontos: de -1 em janeiro para 3 em fevereiro.

    Outro subíndice que compõe a pesquisa, o de expectativa sobre a situação financeira pessoal, também cresceu um ponto no período.

    Foram ouvidas para o estudo cerca de 2.000 pessoas.

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    Remédio... A AGV, empresa paulista de logística, terá um novo centro de distribuição na região de Curitiba, dentro do complexo da Capital Realty.

    ...refrigerado No local, o grupo vai movimentar medicamentos da chamada cadeia fria, que precisam ser mantidos em baixas temperaturas.

    Aprendizado... O Senai vai capacitar, a partir deste mês, 9.000 trabalhadores que atuam nos segmentos de etanol e construção pesada.

    ...industrial Os profissionais serão formados por meio do Pronatec Brasil Maior, do governo federal. Do total, 27% são do Estado de São Paulo.

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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