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    Mercado Aberto

    Empresa dona do Rockefeller Center terá empreendimento em Minas Gerais

    03/03/2015 03h00

    A americana Tishman Speyer, desenvolvedora e gestora de fundos de imóveis de alto padrão, como o Rockefeller Center, em Nova York, uniu-se às mineiras Caparaó e Codeme para construir um complexo corporativo na região de Belo Horizonte.

    Esse será o primeiro projeto da Tishman em Minas –a empresa já atua em São Paulo, no Rio e em Brasília. O empreendimento terá quase 60 mil metros quadrados de área construída e receberá um aporte de R$ 350 milhões.

    Apesar do momento ruim da economia e da desaceleração do setor imobiliário no país, os sócios avaliam que a demanda estará mais aquecida daqui a três anos, quando as obras forem concluídas.

    "Hoje, não estamos no melhor dos cenários, mas empreendimentos como esse não são de curto prazo", afirma Maria Cristina Valle, vice-presidente da Caparaó.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "Além disso, diferentemente do que ocorre em São Paulo, Belo Horizonte não tem tantos edifícios corporativos de alto padrão."

    A estrutura tem potencial para locação em bloco para duas ou três companhias, segundo a executiva. "Principalmente grandes empresas que estão com unidades espalhadas pela capital e querem unificar suas operações para reduzir custos e melhorar sua produtividade."

    O prédio será construído em Nova Lima, município vizinho de Belo Horizonte que é um dos vetores de expansão da região metropolitana.

    Com um portfólio avaliado em US$ 66,9 bilhões, a Tishman é responsável por quase 360 projetos no mundo.

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    Crédito no cerrado

    O Banco Rodobens, braço do grupo homônimo que atua principalmente no varejo automotivo, vai dobrar neste ano o valor contratado de sua linha de crédito para construtoras com obras no Centro-Oeste.

    A região terá o maior incremento entre as cinco do país. Deverão ser concedidos R$ 100 milhões em crédito. Em 2014, o montante havia sido de R$ 50 milhões.

    O Sudeste, por exemplo, deverá registrar um avanço de 32%, com R$ 200 milhões no total.

    "Nós já temos uma atuação forte no Centro-Oeste. Por operarmos mais no interior, conseguimos expandir e amortecer a crise", diz Eduardo Rocha, presidente do grupo Rodobens.

    Para contrair o crédito, as companhias precisam estar com 15% das obras concluídas e ter comercializado 30% do empreendimento imobiliário.

    No Bradesco, as empresas podem financiar até 80% do custo da construção. Em 2014, foram disponibilizados R$ 7,7 bilhões em 309 contratos.

    "O setor passa por uma acomodação nos lançamentos. Mas, nos financiamentos, ainda há elevação com baixa inadimplência", diz Cláudio Borges, diretor do Bradesco.

    O Banco do Brasil não tem linha de crédito para construtoras.

    R$ 1,7 bilhão
    é a carteira de crédito do Banco Rodobens

    R$ 79,2 milhões
    foi o lucro líquido em 2014

    60
    foram as empresas com obras financiadas no ano passado

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    Pedidos de falência caem em fevereiro, mas tendência é de alta para 2015

    Os pedidos de falência em todo o país diminuíram 37% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo pesquisa da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).

    Um dos motivos para o recuo foi um mês com menos dias úteis por causa do Carnaval, que no ano passado foi comemorado em março.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Apesar da baixa mensal, o cenário projetado para 2015 é de aumento nos registros, segundo Flávio Calife, economista da entidade.

    "O quadro de baixo crescimento econômico, consumo menor, alta na inadimplência e aumento das taxas de juros cria dificuldades para as companhias, o que deve impactar na solvência das empresas ao longo do ano", diz.

    "Se forem feitos os ajustes necessários na economia, esse cenário poderá mudar em 2016. Mas, para 2015, as falências devem superar os números de 2014."

    Em fevereiro, também houve queda nos pedidos de recuperação judicial -44% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O levantamento é feito com base em dados da Justiça dos Estados.

    *

    Entrevista reformulada

    A empresa de recrutamento Robert Half passará a atuar no Brasil com uma nova divisão dentro do segmento de alta gerência.

    Com a área recém-criada, a companhia atenderá especialmente empresas familiares que nunca contrataram executivos e médias empresas cujo processo de seleção é feito internamente.

    A Robert Half já trabalhava com a seleção de posições de primeiro e segundo nível, mas não havia um produto específico para esse nicho, com processos mais complexos de contratação.

    "Será um complemento ao que fazemos hoje. O objetivo é trazer mais assertividade e rapidez na contratação e uma assistência maior durante o período de adaptação do funcionário", diz Adriana Cambiaghi, diretora responsável pela nova divisão.

    Após a seleção, o novo executivo receberá acompanhamento durante um ano da recrutadora, que o auxiliará nas novas tarefas e o ajudará em eventuais problemas com a equipe.

    "No caso de empresas familiares, é comum o profissional encontrar limitações no cargo e a empresa não aceitar mudanças. É preciso um alinhamento para não haver frustração dos dois lados."

    *

    Cardápio ampliado

    A fabricante italiana de massas Barilla vai lançar nesta semana uma nova linha de macarrões sem glúten no Brasil. O país será o terceiro a comercializar esses produtos da marca, depois de Itália e Estados Unidos.

    "Isso reflete a importância das operações brasileiras para a companhia. Competiremos com mais ou menos outras sete marcas nacionais que já atuam nesse nicho", afirma Maurizio Scarpa, presidente da Barilla no Brasil.

    A princípio, a mercadoria será importada da Itália, como ocorre com as massas do tipo grano duro (de caixinha) vendidas no país.

    "Ainda não temos previsão de nacionalizar a fabricação, pois requer cuidados especiais para não haver contaminação do glúten dos itens tradicionais", acrescenta.

    No lugar da farinha de trigo, usada na confecção das massas com ovos e grano duro, a nova linha levará cereais como milho e arroz.

    "É muito difícil produzir uma massa sem glúten que tenha as mesmas características de uma tradicional. Queremos levar vantagem nesse aspecto", diz Scarpa.

    € 3,2 bilhões
    foi o faturamento global
    em 2013, o que corresponde a cerca de R$ 10,4 bilhões no câmbio atual

    8.000
    é o número de funcionários da companhia no mundo

    30
    é o total de fábricas da empresa, sendo 14 delas na Itália

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    Caminho... A rede de restaurantes Spoleto, especializada em comida italiana rápida, abrirá oito unidades neste ano no interior de São Paulo –região onde possui outros 65 pontos em operação. Para 2016, estão projetadas mais quatro lojas.

    ...ao interior O foco do plano de expansão são cidades com mais de 150 mil habitantes. O Spoleto (que faz parte do grupo Trigo, também detentor das marcas Koni Store e Domino's Pizza) tem hoje 351 unidades em operação no Brasil, no México e na Costa Rica.

    Voo... A Azul obteve da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorização para operar voos entre os aeroportos da Pampulha, em Belo Horizonte, e de Brasília.

    ...mineiro Serão seis voos diários, com previsão de início para 4 de maio. Até lá, a companhia continua conectando as duas cidades apenas por meio do aeroporto de Confins.

    Tecido... As vendas do comércio atacadista de tecidos, no segmento de cama, mesa e banho, registraram queda de 2,5% em fevereiro, na comparação com o mês anterior. Em janeiro, o recuo havia sido de 22,5% ante dezembro.

    ...encolhido Os resultados negativos decorrem da insegurança do consumidor em relação ao cenário econômico e político, segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuários e Armarinho do Estado de São Paulo.

    EUA... A Travel South USA, organização que promove o turismo em doze Estados do sul dos EUA, fechou parceria com a TourismBrazil.

    ...sulista O objetivo é ampliar os visitantes brasileiros na região, que inclui Alabama e Geórgia, entre outros.

    *

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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