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    Mercado Aberto

    Produtividade na indústria de máquinas cai 2,9% ao ano

    06/03/2015 03h00

    A produtividade dos trabalhadores da indústria de máquinas e equipamentos para a construção civil no país sofreu uma queda real (considerada a inflação) de 2,9% ao ano entre 2007 e 2014.

    O resultado é pior que o projetado pela Fiesp (federação paulista das indústrias). A entidade esperava que o recuo ficasse em 1,5%.

    A retração mais acentuada ocorreu porque a mão de obra disponível não conseguiu atender toda a demanda, impulsionada por obras imobiliárias e habitacionais, como as do programa federal Minha Casa Minha Vida.

    "O segmento precisou contratar às pressas pessoas com menor ou nenhuma qualificação e isso impactou o ritmo da produtividade", afirma Fernando Garcia, consultor da entidade.

    Entre 2007 e 2014, também houve carência de engenheiros em todas as especialidades, segundo Garcia.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "O resultado disso foi que o custo das obras e o preço final dos empreendimentos aumentaram", afirma.

    O valor da produção de maquinários atingiu R$ 20,3 bilhões no ano passado, com crescimento anual real de 1,7% desde 2007.

    "O desempenho só não foi maior durante o ciclo porque a indústria nacional não conseguiu atender o consumo interno e cedeu espaço aos produtos importados."

    O faturamento do segmento industrial de máquinas e equipamentos para a construção foi de R$ 20,1 bilhões em 2014 –expansão real de 3,9%, estima a federação.

    O setor emprega cerca de 69 mil trabalhadores.

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    Rumo aos EUA

    A varejista brasileira de moda TNG vai iniciar pelos Estados Unidos o seu processo de internacionalização. A empresa fechou contrato para a primeira loja no exterior, em um shopping em Orlando, na Flórida.

    "A ideia é ter [nos Estados Unidos] uma performance parecida com a que registramos no Brasil, com a abertura de 12 a 15 unidades por ano", diz Tito Bessa Jr, fundador e presidente do grupo.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O investimento médio por ponto será de R$ 3 milhões –o primeiro, com 600 metros quadrados, será inaugurado no início de 2016.

    "Encontramos lá um cenário mais favorável do que nos shoppings do Brasil. Houve redução nos custos para a nossa entrada e auxílio nas instalações", afirma.

    O portfólio deverá ser o mesmo do Brasil, com adequações no tamanho das peças. "Com a carga tributária menor, vamos conseguir ter um perfil de preços ainda mais agressivo."

    No mercado interno, apesar da situação econômica do país, a empresa manteve o plano de abrir até 15 novas unidades neste ano.

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    Receita baixa com hotel cheio

    Enquanto a taxa de ocupação dos resorts brasileiros avançou em 2014, a receita do segmento recuou.

    Pesquisa da Resorts Brasil (associação do setor) feita em parceria com o Senac aponta que a ocupação ficou em 58,7% –incremento de 2,6 pontos percentuais na comparação com 2013.

    O desempenho é melhor do que o esperado. Em dezembro de 2014, a entidade projetava que não haveria nenhum crescimento.

    A receita por quarto disponível, no entanto, registrou queda real de 0,49%.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "O aumento da taxa de ocupação é conseguido muitas vezes graças a promoções que diminuem o valor médio da diária", afirma o presidente da associação, Daniel Guijarro.

    O avanço do turismo corporativo nos resorts também reduz os preços pagos.

    Danilo Verpa/Folhapress
    Daniel Guijarro, presidente da entidade
    Daniel Guijarro, presidente da entidade

    "Os valores de grupos de empresas são muito negociados. Quem gera receita não é esse público, mas o de lazer. E, no primeiro semestre de 2014, o segmento corporativo vendeu muito", diz o responsável pela pesquisa, Antônio Carlos Bonfato.

    A alta do dólar, porém, poderá melhorar os resultados do setor neste ano.

    "O Brasil fica mais competitivo com essa cotação, mas a confiança do consumidor em queda preocupa. A população pode acabar reduzindo seus gastos com lazer", acrescenta Bonfato.

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    Tecnologia onipresente

    A indústria de tecnologias móveis respondeu por 1,7% do PIB brasileiro em 2014, segundo estudo do BCG (Boston Consulting Group).

    A parcela, que corresponde a US$ 45 bilhões (cerca de R$ 135 bilhões, na cotação atual) ficou um pouco abaixo da registrada na Alemanha (1,8%) e na Índia (2,2%).

    O setor cresce cerca de 12% ao ano e foi responsável pela geração de 300 mil empregos diretos em 2014, dos quais 34% no segmento de varejo de equipamentos e 33% no de aplicativos e conteúdo.

    Os brasileiros entrevistados pela consultoria se mostraram dispostos a abrir mão de luxos como jantar fora (63%) durante um ano, ter um animal de estimação (55%) ou sair de férias (38%) para ter um celular.

    8%
    dos empregados do setor no Brasil atuam na fabricação de dispositivos

    US$ 500 bilhões
    é o o consumo extra dos brasileiros com tecnologias móveis por ano, cerca de R$ 1,5 trilhão na cotação atual

    96%
    dos usuários de 3G no país buscam mais velocidade e maior duração da bateria

    3,2%
    é a participação do setor no PIB dos Estados Unidos

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    Saúde... O Ministério da Saúde decidiu incluir na rede pública os medicamentos Clozapina, Lamotrigina, Olanzapina, Quetiapina e Risperidona, usados para o tratamento de transtorno bipolar, mal que atinge 2 milhões de brasileiros.

    ...mental A aquisição, cujo investimento pode chegar a R$ 755 milhões em cinco anos, poderá beneficiar 270 mil pessoas ainda em 2015. A pasta também vai publicar um documento de diretrizes para orientar diagnóstico e tratamento.

    Cardápio ampliado A rede de restaurantes americana Tony Roma's abrirá sua segunda unidade no Brasil neste ano, no Morumbi Shopping, em São Paulo. O primeiro ponto opera no bairro de Moema.

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    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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