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    Mercado Aberto

    Laboratório transfere fábrica para SP e aumenta aporte em R$ 240 milhões

    24/03/2015 03h00

    A Bionovis, joint venture formada pelas farmacêuticas Aché, EMS, Hypermarcas e União Química, vai transferir a construção de sua fábrica para São Paulo e ampliar o investimento de R$ 500 milhões para R$ 740 milhões.

    A decisão ocorreu devido a dificuldades técnicas no terreno em Jacarepaguá, no Rio, que atrasariam o cronograma de instalação da planta.

    "Encontramos em Valinhos uma área com a parte física pronta e licenças aprovadas, além de ser bem localizada, próxima a aeroportos e à via Anhanguera", afirma Odnir Finotti, presidente da indústria farmacêutica.

    A transferência adiantou em ao menos um ano o tempo que seria necessário para o início das operações no antigo endereço.

    A previsão é que a fábrica comece a operar no último trimestre de 2016.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O montante adicional será destinado ao desenvolvimento de medicamentos biológicos para artrite reumatoide, psoríase, esclerose múltipla, entre outras doenças.

    A unidade produzirá ainda fármacos para o tratamento de câncer e terá centros de distribuição e de pesquisa.

    "Cerca de 80% do que fabricaremos irá para o Ministério da Saúde, que hoje importa esses medicamentos, mas também queremos atender o mercado externo."

    A empresa também analisou terrenos em Campinas, Jundiaí e Cabreúva.

    Simon Plestenjak - 15.jun.2012/Folhapress
    Odnir Finotti, presidente da farmacêutica
    Odnir Finotti, presidente da farmacêutica

    A Investe São Paulo, que intermediou a busca da área, estima que sejam gerados ao menos 200 empregos diretos.

    "Há muita mão de obra qualificada na região, por causa da Unicamp. ", afirma Juan Quirós, presidente da Investe São Paulo.

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    Advent investe no Sul e volta ao setor de educação

    A Advent International, gestora global de private equity, volta ao setor de educação com a aquisição de 100% da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), que tem cerca de 10 mil alunos.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O fundo de private equity (de participação em empresas) já havia investido na Kroton entre 2009 e 2013, quando o número de alunos foi de 40 mil para mais de 1 milhão e sete aquisições foram feitas.

    "Tivemos esse sucesso da Kroton e, mais de um ano depois da venda, estamos com um negócio inicial para gerar de novo uma plataforma de consolidação no setor", diz o sócio Patrice Etlin.

    O valor do negócio com a FSG, que ainda depende da aprovação dos reguladores, não foi revelado.

    "A FSG está em uma região importante do Brasil e tem cursos avaliados com notas 4 e 5 pelo MEC, em uma escala de 1 a 5", diz Juan Pablo Zucchini, sócio da Advent.

    Apesar de empresas do setor terem se ressentido das novas regras do Fies (financiamento estudantil), a Advent foi em frente com o negócio, cujas conversas começaram há quatro meses, e avança com outros planos.

    "Temos conversas adiantadas com seis instituições no norte de Minas Gerais, no Norte e no Nordeste do país", diz Newton Maia, diretor da Advent em São Paulo.

    "Duas [dessas compras] poderão sair ainda neste ano. O ritmo depende mais da capacidade de processá-las do que de dinheiro", acrescenta Juan Pablo Zucchini.

    A Advent usará recursos de um fundo de US$ 2,1 bilhões, obtidos no exterior em novembro passado.

    Uma pessoa próxima das negociações estima que a gestora alocará ao menos R$ 500 milhões nas seis aquisições, além da compra da FSG.

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    Newton Maia, (diretor), (à esq.) e Juan Pablo Zucchini, sócio do fundo
    Newton Maia, (diretor), (à esq.) e Juan Pablo Zucchini, sócio do fundo

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    Novos ricos

    O grupo formado por famílias com ativos financeiros entre US$ 100 mil (cerca de R$ 315 mil) e US$ 2 milhões (R$ 6,3 milhões) foi o que mais cresceu nos últimos cinco anos em todo o mundo.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Essa classe, apelidada de "novos construtores de riqueza", avançou 6,1% no período, segundo estudo da EIU (The Economist Intelligence Unit) patrocinado pelo Citi.

    Entre 2010 e 2014, as famílias com mais de US$ 2 milhões e as com menos de US$ 100 mil registraram variações de 4,2% e -0,2%, respectivamente.

    Nos próximos anos, o avanço dos "novos construtores de riqueza" deverá ser mais acentuado na América Latina. A projeção é que o número de famílias na região classificadas nessa classe cresça 11,1% entre 2014 e 2020.

    No ano passado, 171 milhões de famílias se enquadravam nesse grupo nos países ricos e 97 milhões nos emergentes. Em 2020, o quadro deverá se inverter e estima-se que serão 196 milhões nos desenvolvidos e 208 milhões nos em desenvolvimento.

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    Carteira de trabalho

    O número de trabalhadores empregados pelo setor calçadista brasileiro caiu 6,8% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2014, de acordo com pesquisa do IBGE. Em relação a dezembro do ano passado, o recuo foi de 1,9%.

    Editoria de Arte/Folhapress

    No domingo (22), a coluna publicou uma entrevista com o presidente da Abicalçados (entidade que reúne a indústria), Heitor Klein.

    O executivo afirmara que havia registrado essa diminuição no nível de emprego, mas ainda não tinha números fechados.

    A retração reflete o cenário macroeconômico de instabilidade do país, que deixou o consumidor inseguro, segundo Klein.

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    Interesses convergentes

    A convergência entre as propostas do Congresso Nacional que envolvem o ambiente de negócios e as demandas da CNI (Confederação Nacional da Indústria) permanecerá neste ano no mesmo patamar de 2014.

    Das 128 proposições relacionadas com negócios que serão debatidas neste ano por senadores e deputados, 63% são aprovadas de forma parcial ou total pela indústria.

    Entre os assuntos que estarão em pauta, a regulamentação da terceirização está entre os prioritários.

    O presidente da CNI, Robson Braga, apresenta nesta terça (24) esses dados.

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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