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    Mercado Aberto

    Construtoras buscam alternativas ao Minha Casa

    08/04/2015 03h00

    O atraso nos pagamentos do Minha Casa Minha Vida e o teto dos preços de comercialização dos imóveis do programa estão fazendo com que construtoras procurem alternativas.

    A gaúcha Sul Empreendimentos Imobiliários, por exemplo, passou a investir no setor hoteleiro.

    "Construímos 350 unidades sozinhos e outras 800 em parceria com outra empresa, mas agora estamos largando o programa. Os valores pagos são muito baixos. Por isso, passamos a trabalhar com hotéis", diz Paulo Piazzon, sócio da companhia.

    Na paranaense CasaAlta, que já construiu 43 mil casas para o Minha Casa e tem outras 42 mil contratadas, os atrasos nos pagamentos começaram em novembro.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Hoje, a empresa tem para receber R$ 39 milhões, que deveriam ter sido pagos há cerca de 30 dias. "Estrategicamente, começamos a pensar em outras alternativas. Se não estão podendo pagar o que já está contratado, como vão contratar mais?", indaga o presidente, Juarez Wieck.

    O empresário afirma que gostaria de deixar a faixa 1 do programa, na qual estão concentradas 50% de suas obras.

    Apenas na faixa 1 são registrados atrasos de pagamento. Enquanto ela é bancada pelo Fundo de Arrendamento Residencial, a 2 e a 3 são pelo FGTS.

    Na Bigolin, companhia de Mato Grosso, a perda de receita com o Minha Casa é compensada pelas vendas das lojas de material de construção do grupo.

    Karime Xavier/Folhapress
    Lucimar Bigolin, da construtora de Mato Grosso
    Lucimar Bigolin, da construtora de Mato Grosso

    No auge do programa, em 2012, 50% do faturamento era gerado pela construtora e 50% pelo varejo. Hoje, o comércio avançou para 65%.

    "Se pudéssemos, largaríamos [do Minha Casa Minha Vida] agora mesmo, pelo menos da faixa 1, mas temos um compromisso", diz a empresária Lucimar Bigolin.

    O Ministério das Cidades, responsável pelo programa, afirma que o cronograma de pagamentos está com o fluxo normal.

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    Transparência de salário ainda é obstáculo para mulheres, diz EY

    A transparência de salários e a adoção de treinamentos para a diversidade ainda são as ações menos aplicadas em empresas no mundo para promover a equidade de gênero, segundo estudo da EY (antiga Ernst & Young).

    As duas iniciativas são citadas por cerca de 10% dos 400 gerentes e diretores entrevistados em companhias de 140 países.

    A implantação de regimes de trabalho flexíveis e de cotas para mulheres em cargos de nível sênior são mais comuns, para três em cada dez executivos consultados.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "Os benefícios econômicos associados à presença de mulheres em cargos de liderança vêm levando as empresas a acelerarem o processo de igualdade de gêneros", afirma Tatiana da Ponte, sócia da consultoria no Brasil.

    Cerca de 70% dos entrevistados concordam que cadeiras de conselhos e altos cargos ocupados por mulheres melhoram as performances financeiras e de governança e responsabilidade social na companhia, por exemplo.

    A fase intermediária da carreira é a que apresenta maiores obstáculos, segundo a EY, pois é quando elas se dedicam mais à família.

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    Troféu pessimista

    Os empresários brasileiros estão entre os mais pessimistas em uma pesquisa realizada com 36 países, segundo a consultoria Grant Thornton.

    O Brasil ficou em 33º lugar, à frente apenas de Armênia, Malásia e Argentina. A Irlanda lidera o ranking.

    O nível de otimismo no país ficou em -18% (diferença entre empresas que relataram estar confiantes com a economia, menos as que apontaram um cenário desfavorável para os negócios).

    Editoria de Arte/Folhapress

    Esse é o pior início de ano do Brasil na história da pesquisa, realizada há 22 anos.

    O estudo identifica como os empresários esperam que as finanças de seu país se comportarão durante o ano.

    Entre os meses de outubro e dezembro de 2014, a confiança estava em 13%.

    "O desempenho do primeiro trimestre não é pontual, mas, sim, reflexo das eleições, dos escândalos de corrupção e da crise energética que afeta o país", afirma Daniel Maranhão, sócio da Grant Thornton Brasil.

    O estudo ouviu 10 mil empresas, sendo 300 no Brasil.

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    Teto britânico

    Quase dois terços dos britânicos (64%) afirmaram em fevereiro acreditar que o preço médio dos imóveis no Reino Unido subirá nos próximos 12 meses, segundo a consultoria Ipsos Mori.

    A parcela dos que preveem alta ficou quatro pontos percentuais acima da que foi registrada no mês anterior. Apenas 4% avaliaram que há possibilidade de queda.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Apesar da expectativa de preços mais elevados, também subiu o percentual de britânicos que avaliam o momento como bom para a compra de imóveis.

    Do total de consultados para o levantamento, 61% disseram que o cenário é positivo para o negócio (eram 56% em janeiro).

    Foram entrevistadas para a pesquisa 967 pessoas.

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    Vida... A Prudential do Brasil terá três novas agências em São Paulo. Com a expansão, a seguradora terá 28 agências e dois escritórios em São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal.

    ... e previdência A empresa tem em carteira 231 mil apólices de seguro de vida.

    Sobra... A siderúrgica ArcelorMittal Brasil terá neste ano 17 novas linhas de pesquisa de aplicações para o aproveitamento de resíduos.

    ...industrial Os estudos serão feitos em parceria com universidades federais e com o núcleo de pesquisas da companhia na Europa.

    Controle para... O Sebrae vai firmar uma parceria com o Buscapé (site de comparação de preços) para a criação de uma ferramenta de gestão financeira para pequenos empresários individuais.

    ...microempreendedor O objetivo é oferecer aos empresários iniciantes controle de vendas e despesas em novas tecnologias, como smartphones e tablets.

    Agribusiness nos EUA A Amcham (Câmara Americana de Comércio) organizará em maio uma missão aos Estados Unidos, voltada para o agronegócio. Empresários conhecerão casos de sucesso nos Estados de Texas, Iowa e Illinois.

    Voo A Globalis, empresa nacional especializada em viagens corporativas, finalizou a fusão com a agência americana Chanteclair.

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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