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    Mercado Aberto

    Consumo de energia cai no mercado livre, mas preços seguem em alta

    07/05/2015 03h00

    Mesmo com dois dias úteis a mais que em 2014, março deste ano registrou um consumo menor de energia elétrica no mercado livre (que envolve grandes consumidores, como shoppings e fábricas).

    A desaceleração econômica fez a demanda no país diminuir 1,45% no mês, de acordo com índice da comercializadora de energia Comerc. Em janeiro e fevereiro, também houve retrações, de 4% e 5,8%, respectivamente.

    Raquel Cunha/Folhapress
    Cristopher Vlavianos, presidente da comercializadora de energia
    Cristopher Vlavianos, presidente da comercializadora de energia

    "A queda em março só não foi tão acentuada como a dos meses anteriores justamente por causa do maior número de dias úteis", afirma o presidente da companhia, Cristopher Vlavianos.

    Os segmentos de siderurgia e metalurgia (-8,98%) e papel e celulose (-8,15%) puxaram o recuo.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Em relação a fevereiro, houve um declínio de 0,20% na demanda geral do país –o primeiro do ano quando se comparam meses consecutivos. Janeiro havia fechado com alta de 5,43% ante dezembro e fevereiro com incremento de 3,55% ante janeiro.

    O recuo na demanda, porém, não tem pressionado os preços para baixo. A energia comprada hoje para ser entregue daqui a um ano está em R$ 270 MW/h. A média histórica é de R$ 120 a R$ 150.

    No mercado à vista (spot), o valor está em seu teto –R$ 388 MW/h– desde janeiro.

    "O efeito da seca nos preços é hoje maior do que o da diminuição do consumo. Mas, em relação aos reservatórios, que ainda estão em situação crítica, essa queda da demanda é um alívio."

    Normalmente, nesta época do ano, o nível dos reservatórios é de 80%. Hoje, está em 34% nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

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    Desonerações para exportação são menos de 5% do total

    Menos de 5% das desonerações fiscais concedidas ou modificadas nos últimos anos pelo governo federal afetam diretamente as exportações brasileiras, segundo o escritório de advocacia Aidar SBZ.

    Das 237 medidas anunciadas entre janeiro de 2010 e julho de 2014, apenas oito se referem ao comércio de produtos brasileiros para o exterior.

    "E as iniciativas que trazem outros benefícios indiretos, como a desoneração da folha, se restringem a apenas alguns setores produtivos", diz o sócio Alexandre Gleria.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Os baixos incentivos são apontados como um dos fatores para a falta de competitividade no mercado internacional e para as exportações atreladas a commodities.

    "O Reintegra [regime especial para empresas exportadoras] também não beneficia todos os setores e a Zona Franca, que é mais abrangente, é burocrática e carece de mão de obra especializada."

    A expectativa para este ano é que haja ainda menos benefícios para o embarque para o exterior, segundo Gleria.

    "O governo revisou benefícios que afetam indiretamente a exportação e a tendência é que as medidas diretas sejam ainda mais escassas."

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    Bolso dividido

    Pouco mais de 35% dos brasileiros entrevistados pela Fecomércio-RJ tinham alguma conta parcelada em fevereiro para ser paga.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O número é 4,6 pontos percentuais inferior ao registrado no mesmo mês de 2014.

    "No último ano, o consumidor foi impactado por um cenário adverso e freou a tomada de crédito para contrair novas dívidas", afirma Christian Travassos, economista da federação.

    Também houve retração de 3,2 pontos percentuais no total de pesquisados que informaram ter contas atrasadas. Essa parcela atingiu 16,9%.

    Entre as formas de parcelamento mais usadas, o carnê ficou em primeiro lugar, com 48,7%, seguido pelo cartão de crédito (42,2%).

    Os quatro itens mais comprados dessa maneira foram peças de vestuário (22,2%), eletrodomésticos (21,4%), eletrônicos (16,3%) e automóveis (14,6%). Foram ouvidas 1.200 pessoas de 72 cidades.

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    Desenho... Empresas do projeto Brasil Design, desenvolvido em parceria com a Apex, exportaram cerca de US$ 5 milhões (R$15,2 milhões) nos últimos 12 meses. Os maiores mercados foram EUA, Peru, Colômbia e México.

    ...para fora Os principais serviços prestados foram de design gráfico (55,32%), embalagem (42,55%), produto (34,04%), varejo (25,53%), digital (23,40%) e outros serviços (4,26%), como curadoria em exposição.

    Navio A Portonave, terminal portuário de Navegantes (SC), atingiu a marca 4 milhões de TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentados. O número considera as operações realizadas desde 2007.

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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